Banco de Portugal anuncia recessão prolongada e agravamento da crise social

20 de maio 2011 - 16:20

No relatório de 2010, divulgado esta quinta-feira, o BdP anuncia uma recessão prolongada para os próximos anos em resultado da aplicação do programa da troika. Rendimento das famílias sofrerá “contracção sem precedentes” e a taxa de desemprego irá agravar-se.

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Conforme divulgou o Banco de Portugal esta sexta-feira, a actividade económica e o consumo privado registaram em Abril novas quebras. Esta tendência persiste já há cinco meses. Foto de Paulete Matos.

Segundo o Banco de Portugal (BdP), "o quadro macroeconómico que se antevê para o futuro próximo é particularmente severo. O programa de ajustamento económico e financeiro contempla uma nova recessão em 2011, de magnitude elevada, que persistirá em 2012".

O regulador adianta ainda que é expectável uma "uma contracção sem precedentes do rendimento disponível real das famílias", e um novo aumento da taxa de desemprego.

Não obstante "a exigência e o impacto económico e social do Programa no curto prazo”, o BdP considera que a “prossecução estrita” dos acordos firmados com a troika “é incontornável".

Actividade económica e consumo privado voltam a registar quebras em Abril

Conforme divulgou o Banco de Portugal esta sexta-feira, a actividade económica e o consumo privado registaram em Abril novas quebras. Esta tendência persiste já há cinco meses.

O indicador da actividade económica caiu 0,6% em Abril face ao mesmo mês do ano anterior e o indicador do sentimento económico passou dos 88,7 pontos de Março para os 87,1 pontos de Abril.

O consumo privado apresentou uma variação negativa de 2,0% em Abril face ao período homólogo de 2010 e o indicador que mede a confiança dos consumidores passou de -46,7 pontos em Março para -53,5 pontos em Abril de 2011.