Referindo-se às declarações de Eduardo Catroga, que afirmou que o governo cometeu um "erro político enorme" ao não informar os portugueses sobre "a verdadeira dívida pública e o verdadeiro défice público" do país, Francisco Louçã adiantou, à margem de uma arruada realizada em Rabo de Peixe, nos Açores, que "Catroga é o último a reconhecer aquilo que todos os portugueses já sabem: o governo está a assaltar-nos".
Segundo o dirigente bloquista, as sucessivas declarações de "um dirigente do PSD ou de uma personalidade laranja que foge do governo como o diabo da cruz" constituem "um sinal de crise política, um sinal de desagregação" do governo, que se tem furtado ao debate político.
"Passos Coelho prefere a Eslováquia e Malta e só foi ao parlamento falar do colossal aumento de impostos porque o Bloco de Esquerda lá tinha uma moção de censura", acusou Louçã.
"Nunca rasgaremos o nosso contrato com os eleitores”
Criticando o posicionamento do CDS/Açores, que já admitiu um acordo com quem ganhar as eleições regionais nos Açores, Louçã frisou que "este não é o tempo de jogos políticos" e que o Bloco abre "a porta a todos os entendimentos que não queiram destruir este país e a sua economia".
"O CDS alia-se ao PSD no continente e ao Partido Socialista nos Açores", criticou o deputado do Bloco de Esquerda, que esclareceu que o Bloco não criará “nenhum obstáculo a que o PS, caso tenha mais votos, forme o seu governo" mas nunca rasgará o seu contrato com os eleitores, “que é defender os trabalhadores, os seus salários e as suas pensões".
O Bloco "nunca ajudará um Governo que vá assaltar os açorianos ou o país", frisou.
A dirigente do Bloco de Esquerda nos Açores, Zuraida Soares, salientou, por sua vez, que "o Bloco de esquerda, com os seus votos, não impedirá a constituição de um governo do PS, de maioria relativa", mas também "não integrará nenhum governo dos partidos da troika".
Por isso, "votaremos proposta a proposta na Assembleia Legislativa dos Açores tal como fizemos neste quatro anos se elas vierem responder às necessidades, aos direitos e às carências das pessoas", esclareceu.