Foi lançada esta quarta-feira a carta aberta “Não às políticas de securitização, de militarização e de guerra”. Esta é subscrita por 67 organizações e movimentos sociais presentes em Portugal de áreas como o antirracismo, o antifascismo, as lutas laborais, o feminismo, os direitos dos imigrantes e requerentes de asilo, o anti-imperialismo, o movimento estudantil, a luta das periferias e a luta pela justiça climática e os direitos LGBTQI+.
Os promotores explicam que a iniciativa surgiu da preocupação com “o quase consenso partilhado” que é “fabricado sem qualquer debate público real a nível nacional, mas também europeu, sobre um caminho de investimento público centrado na projetada inevitabilidade de um conflito militar que propõe, sem o dizer claramente, um sacrifício das já depauperadas políticas sociais existentes”.
Contra estas políticas que ao mesmo tempo “alimentam as divisões sociais e o medo” e se alimentam destes, exigem “descolonização, justiça social, paz, solidariedade e mais Estado Social para todas, pelo bem-estar dos povos e da nossa casa comum, o planeta”.
Caminho de confrontação de UE reflete “processo de progressiva fascização
O documento analisa o Livro Branco sobre a Defesa Europeia e o plano ReArm Europe/Prontidão 2030, considerando que usa “um vocabulário determinista sobre ameaças externas a uma fronteira europeia cada vez mais hermética e sobre uma estratégia de conquista da “paz pela força”.” Face a ele manifesta-se a “total recusa e repúdio pelo caminho da guerra que está a ser seguido pela UE e por todos os blocos políticos e militares”.
Lembram-se os discursos de que não havia “dinheiro para salários, pensões, educação, saúde, etc.” de quem hoje o dispõe para armamento, “contornando rapidamente as regras orçamentais e os tratados antes tidos como “sagrados”, ou implementando alterações constitucionais, como no caso alemão” e as “reformas estruturais que introduziram para transferirem quantidades exorbitantes do trabalho para o capital”. Recordando-se ainda o apoio da União Europeia a “um estado colonial de ocupação e apartheid como é Israel” que revela que “está muitíssimo pouco preocupada com o direito internacional, com a paz, com a liberdade e com o bem estar dos povos”.
Para estas organizações, “o caminho de confrontação escolhido pela UE” é reflexo de “um processo de progressiva fascização à escala nacional e também de deterioração democrática à escala comunitária”. E está está presente quer “no crescente encerramento das suas fronteiras para migrantes e requerentes de asilo que são deixados a morrer enquanto fogem a contextos marcados pela morte e pela miséria” quer nos “discursos que constroem uma ameaça em cada esquina” que facilitam “uma gestão social cada vez mais baseada em políticas securitárias que põem em causa as liberdades fundamentais de todas as pessoas”.
Portanto, recusam “o ataque ao estado social” para se cumprirem “as exigências do “patrão” estadunidense e para alimentarem os monopólios do setor financeiro, do complexo militar-industrial e das Big Tech”.
Quem subscreve
SUBSCRITO POR:
1. Academia Cidadã
2. AfroPsis
3. Associação AfriCandé
4. Associação Diásporas
5. Associação monte da amOrada
6. Associação Olho Vivo
7. Associação P de Potência
8. Associação Saúde das Mães Negras e Racializadas em Portugal - SaMaNe
9. Associação TransParadise
10. Aveiro Feminista
11. Braga Fora do Armário
12. Casa do Brasil de Lisboa
13. CCC – Círculo de Cultura Cigana
14. Chão das Lutas Braga
15. Chaves Comunitária
16. CIVITAS Braga – Associação para a Defesa e Promoção dos Direitos dos Cidadãos
17. Climáximo
18. Coletivo Andorinha
19. Coletivo de Estudantes pela Palestina UMinho
20. Coletivo Dôia Sequeira
21. Coletivo Feminista de Sintra
22. Coletivo pela Libertação da Palestina
23. Comissão Organizadora da Marcha LGBTQIAP+ de Santo Tirso
24. Comissão Organizadora da Marcha LGBTQIAP+ de V. N. de Famalicão
25. Coop99 – Cooperativa Integral do Porto
26. DJASS | Associação de Afrodescendentes
27. Estudantes por Justiça na Palestina – CES
28. Estudantes por Justiça na Palestina – FCSH
29. Famalicão Com Teto – Movimento pelo Direito à Habitação
30. Frente Anti-Racista
31. GARA – Grupo de Ação Revolucionária Antifascista
32. GERNIKA_art – LIGA_internacionalista de comunicação
33. Greve Climática Estudantil
34. GUIAR – Grupo Unitário de Intervenção Anti-Racista e pelos Direitos Humanos
35. Guimarães LGBTQIA+
36. Guimarães pela Liberdade
37. Guimarães pela Palestina
38. Headbangers Antifascistas
39. HeForShe Coimbra
40. HeForShe Universidade do Minho
41. HuBB – Humans Before Borders
42. Humanamente – Movimento Pela Defesa dos Direitos Humanos
43. Iniciativa dos Comuns
44. Kilombo – Plataforma de Intervenção Anti-racista
45. Lado Negro da Força
46. Letras Nómadas – Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades
Ciganas
47. Movimento Virgínia Moura
48. Núcleo Antifascista de Barcelos
49. Núcleo Antifascista de Bragança
50. Núcleo Antifascista de Guimarães
51. Núcleo Antifascista do Porto
52. Núcleo de Imigrantes das Belas Artes – NIBA
53. OVO PT | Observatório de Violência Obstétrica de Portugal
54. Parents For Peace
55. Plataforma Artigo 65.o
56. Plataforma Geni
57. Plataforma Já Marchavas
58. Refugees Welcome Portugal (On The Road – Associação Humanitária)
59. Rede 8 de Março
60. Ribaltambição – Associação para a Igualdade de Género nas Comunidades Ciganas
61. Saber Compreender
62. Sindicato dos Trabalhadores de Call Center
63. SintraFriendly – Colectivo Juvenil LGBTIQA+ de Sintra e Apoiantes
64. SOS Racismo
65. UMAR – União de Mulheres: Alternativa e Resposta
66. Vida Justa
67. XR Portugal