Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística relativos ao terceiro trimestre do ano passado mostram que o valor mediano da venda das casas aumentou 10,8% em relação ao ano anterior, fixando-se nos 1.819 euros por metro quadrado.
Isto significa que o aumento do preço das casas se intensificou, dado que no segundo trimestre o aumento anual registado tinha sido de 6,6%.
A tendência de aumento ocorreu em quase todo o país, verificando-se em 74% dos municípios portugueses. O valor mediano dos preços de venda de casas num período de 12 meses que termina em setembro aumentou em 222 dos concelhos. Apenas em 79 municípios desceu.
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Para além disso, em mais de cem dos municípios o valor do aumento superou os dois dígitos. Com o maior aumento, de mais de 118% num ano, a acontecer em Mêda, um município que tem dos preços mais baixos do país e a maior descida, de perto de 40% num ano, a acontecer em Cinfães.
Nos principais centros urbanos do país, Lisboa continuou a ser o município mais caro. Aí, o valor mediano da habitação, no período entre setembro de 2023 e setembro de 2024, foi de 4.252 euros por metro quadrado. Apesar de já ser a mais cara, a capital ainda aumentou 2,4% no período de um ano. A freguesia mais cara da cidade é Marvila com 6.014 euros por metro quadrado.
No Porto o aumento foi mais acentuado: 5,1% no mesmo período de tempo. O valor mediano das casas aí era mais baixo do que em Lisboa: 2.940 euros por metro quadrado. Nesta cidade, destaca-se a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde como a mais cara com 3.961 euros por metro quadrado.
As contas do INE revelam ainda que os estrangeiros pagam mais pelas casas do que os portugueses. Assim, os cidadãos com domicílio fiscal no estrangeiro pagaram entre julho e setembro do ano passado 2.415 euros por metro quadrado. Isto corresponde a mais 34% do que os cidadãos com domicílio fiscal em Portugal.
Nas maiores áreas urbanas do país a discrepância é ainda mais elevada. No caso da Grande Lisboa, os cidadãos estrangeiros pagaram um valor mediano de 4.877 euros por metro quadrado, mais 63% do que os portugueses.
Na Área Metropolitana do Porto esse valor atingiu os 3.125 euros por metro quadrado, ou seja mais 54% do que os cidadãos com domicílio fiscal em Portugal.