A estrutura concelhia do Bloco de Esquerda em Setúbal sublinhou a importância de incluir a travessia do Sado no Passe Navegante, criticando os partidos do centro por não avançarem com a proposta. O posicionamento do Bloco de Esquerda Setúbal vem no seguimento do parecer da Autoridade de Mobilidade e Transportes, que sugere ponderar “a inclusão do serviço de transportes fluviais coletivos de passageiros, entre Setúbal e a península de Tróia, no sistema tarifário Navegante”.
Em nota aos órgãos de comunicação social, a estrutura concelhia lembra a iniciativa popular que reúne, numa petição, mais de 8.000 assinaturas para a inclusão do Passe Navegante na travessia do Sado. “Os partidos maioritários com assento na Assembleia da República têm votado [a proposta] ao esquecimento”, lê-se no comunicado. “Preferem dar a mão à Atlantic Ferries e Sonae, em detrimento do apelo de cidadãos por uma medida justa e perfeitamente exequível”.
O Bloco de Esquerda já tinha apresentado na Assembleia da República uma proposta para incluir a travessia do Sado no Passe Navegante, mais foi reprovada pelo PS, com a abstenção do PSD e Iniciativa Liberal. Em sede de discussão do Orçamento do Estado para 2024, o Bloco voltou a apresentar a proposta, que foi novamente rejeitada.
O propósito da medida vem no seguimento do aumento dos preços da travessia. A estrutura do Bloco de Esquerda explica que “mais uma vez a Atlantic Ferries voltou a aumentar o tarifário da travessia do Sado, quer nos Catamarans, quer nos ferries”. Hoje, atravessar o Sado nos Catamarans em ida e volta custa quase dez euros.
Os passes mensais também têm valores altos. Para passageiros em geral, situa-se mos 99,70€, enquanto para os estudantes até aos 23 anos é de 51,60€. “Esta situação de clara penalização dos utentes da travessia do Sado só é possível graças à existência de um contrato de concessão, no qual sucessivos governos PS e PSD têm protegidos os interesses privados da Atlantic Ferries e do grupo Sonae”, lê-se.