Chile

Candidata comunista vence primárias das presidenciais chilenas

30 de junho 2025 - 14:25

A ex-ministra do Trabalho chilena Jeanette Jara saiu vencedora das primárias entre candidaturas apoiadas pelos partidos que apoiam a atual presidência de Boric. Defrontará em novembro o recandidato da extrema-direita Jose Antonio Kast.

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Jeannette Jara discursa aos apoiantes na noite da vitória das primárias.
Jeannette Jara discursa aos apoiantes na noite da vitória das primárias. Foto publicada nas suas redes sociais.

Numas primárias em que participaram 1,4 milhões de eleitores (menos 300 mil das que na eleição anterior indicaram Gabriel Boric para a corrida presidencial, Jeannete Jara obteve cerca de 60% dos votos e tornou-se a primeira candidata do Partido Comunista do Chile a ser escolhida candidata presidencial nas primárias do campo da esquerda.

“Hoje começa um novo caminho que iremos percorrer juntas e juntos, com a convicção de construir um Chile mais justo e democrático. Frente à ameaça da extrema-direita, respondemos com unidade, dialogo e esperança”, afirmou Jeannette Jara na sua mensagem de agradecimento aos apoiantes nas redes sociais. Esta advogada de 51 anos destacou-se à frente do Ministério do Trabalho durante o mandato de Boric ao liderar o processo de redução do horário de trabalho para as 40 horas e ao liderar as negociações para a reforma do sistema de pensões no país.

No seu primeiro discurso aos apoiantes, deu como exemplos o padre Alberto Hurtado e Salvador Allende como símbolos das lutas pelos serviços públicos e prometeu trabalhar pela unidade do campo da esquerda. Um trabalho que começou na própria noite eleitoral das primárias, onde na sede de campanha de Jara não se viram bandeiras do PC chileno, mas apenas da candidata e as do Chile, acompanhadas das dos outros partidos que após a derrota dos restantes três candidatos se foram juntando à festa da campanha vencedora.

Também através das redes sociais o presidente Gabriel Boric, que a Constituição impede de concorrer a um segunda mandato, deu os parabéns à vencedora, dizendo que Jeannette “passa de imediato a encabeçar as forças do progressismo para o futuro, que a escolheram como líder com clareza. O que aí vem não vai ser fácil, mas Jeannette percebe de batalhas difíceis”.

E o que aí vem será uma disputa com Jose Antonio Kast, o candidato da extrema-direita apoiado pelo Partido Republicano e que este fim de semana somou o apoio do partido Social Cristão, ligado às igrejas evangélicas. Além de Kast, agora favorito nas sondagens, a direita tradicional do Chile Vamos apresenta Evelyn Matthei, que antes liderava as sondagens. A direita não aderiu ao modelo de primárias organizadas pelo Serviço Eletoral da Chile, preferindo a escolha interna dos partidos. A primeira volta das presidenciais chilenas está marcada para o dia 16 de novembro