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Contra as “tarifas miseráveis”, motoristas TVDE desligam Uber na hora de ponta

30 de junho 2025 - 13:17

Protesto desta segunda-feira convocado nas redes sociais diz que as tarifas impostas pela empresa “sufocam financeiramente milhares de motoristas em Portugal”. Organizadores dizem que o preço das viagens na Uber chegou a triplicar durante o protesto da manhã.

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Foto de Bruno Moreira

Um grupo de motoristas TVDE marcou nas redes sociais para esta segunda-feira um protesto contra os “rendimentos extremamente baixos que a plataforma Uber continua a impor aos motoristas”, através de comissões e reduções de tarifas. O protesto passa por desligar aquela aplicação entre as 7 e as 10h e entre as 17h e as 20h, “e permanecer apenas a operar na Bolt, em protesto contra as práticas abusivas da plataforma, que está a cobrar comissões acima do permitido pela Lei n.º 45/2018, sufocando financeiramente milhares de motoristas em Portugal”.

“Esta paralisação é para que se faça cumprir a lei em Portugal. Neste momento estamos a trabalhar com tarifas muito baixas em que a Uber fica com mais de metade do valor do nosso trabalho”, afirmou à agência Lusa Tiago Sousa, deste movimento intitulado Stop Uber.

Segundo Tiago Sousa, durante o protesto da manhã “o preço do Uber triplicou numa viagem de Almada para o Aeroporto de Lisboa”, enquanto “os motoristas estão a trabalhar na outra plataforma. A Bolt está com mais procura”. Os motoristas dizem que a lei que refere que as plataformas só podem levar 25% do preço da viagem não está a ser cumprida: “numa viagem de 27/28 euros, o motorista recebe 13 euros e o cliente continua a pagar o preço alto” e os motoristas “a receber uma percentagem pequena do valor na viagem”, disse Tiago Sousa à Lusa, acusando ambas as plataformas, Uber e Bolt, de “não estarem a promover corridas justas para os motoristas”.

Associação Nacional Movimento TVDE saúda protesto “virtual” e apela à união para futuras paralisações

O presidente da Associação Nacional Movimento TVDE, que há anos vem exigindo o pagamento de um valor mínimo por quilómetro e tempo de viagem, reagiu ao anúncio do protesto valorizando a mudança de atitude dos promotores, que antes criticavam as manifestações promovidas pela associação. Mas apelou a que na próxima vez haja uma paralisação real e não apenas virtual, pois ao desligarem a aplicação é impossível saber quantas pessoas participam realmente no protesto.

“A associação sempre disse que se não houvesse união dos motoristas a previsão era descer o valor das viagens. E aí está, está quase a bater no fundo”, diz Victor Soares, para quem “só há uma forma de chamarmos a atenção da sociedade: marcar um local e dar a cara num local onde todos estejamos parados e juntarmos três, quatro, cinco mil carros”.