Um relatório de monitorização do Infarmed dá conta que a despesa dos utentes com medicamentos subiu 7,1% entre 2023 e 2024 e que o custo médio por embalagem aumentou 0,13 euros.
Ao todo, os utentes gastaram 920,4 milhões de euros com medicamentos, o que aquela instituição explica como resultando de um aumento da utilização de medicamentos. Num ano, o número de embalagens vendidas em farmácias aumentou 5,15%, mais 9,4 milhões, saldando-se agora num total de 193,4 milhões.
Sublinha-se a subida da despesa com medicamentos antidislipidémicos (para o colesterol e os triglicéridos) que aumentou 12,9 milhões de euros, com antidepressivos (mais 7,6 milhões), vacinas (mais 5 milhões), medicamentos usados nas perturbações da micção (mais 4,1 milhões), estimulantes inespecíficos do Sistema Nervoso Central (mais 3,8 milhões), antidiabéticos (mais 3,5 milhões) e com modificadores da secreção gástrica (mais 3 milhões).
O mesmo documento revela que também os gastos do SNS com medicamentos aumentaram. A despesa total em ambulatório do SNS para comparticipar os medicamentos que os utentes compram nas farmácias foi de 1.683,8 milhões de euros. Isto representa um aumento de 5,6%. A principal justificação apresentada é o aumento da despesa com alguns dos medicamentos para a diabetes e que são comparticipados entre 90% e 100%. Outros medicamentos a pesar nesta fatura são para o tratamento de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica, o anticoagulante oral Edoxabano e o anti hipertensor Sacubritil+Valsartan.
De acordo com o Infarmed, a maior parte destes “estão abrangidos por contratos de financiamento com preços confidenciais e limites de encargos, com devolução por parte das empresas de diferencial de preço e/ou excedente de limite de encargos”.
Em tendência inversa, no campo das descidas de despesas estão os medicamentos anticoagulantes (menos 42,3 milhões de euros) e os analgésicos estupefacientes (menos 4,6 milhões) por causa da adoção de genéricos.
O SNS também aumentou a despesa em outros produtos em 3,3%. O que mais pesou nesta subida foram produtos para diabetes (2,9 milhões) e ostomia (1,7 milhões).
A organização diz ainda que os valores preliminares do primeiro mês deste ano “mantêm a tendência de crescimento”. Comparando janeiro de 2025 com o de 2024 o aumento foi de 8,5%.