Faltam 14 mil profissionais ao SNS para acabar com tarefeiros e horas extra

05 de junho 2025 - 15:07

Relatório diz que o número de horas pagas pelo SNS em prestações de serviços de tarefeiros e em trabalho extraordinário aumentou quase 40% entre 2018 e 2022. E não caiu após a pandemia, mantendo-se no ano passado quase ao mesmo nível de 2022.

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médico no hospital
Foto de Paulete Matos

Um relatório do Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas citado esta quarta-feira pelo jornal Público fez as contas às horas extraordinárias e em prestação de serviço no Serviço Nacional de Saúde entre 2018 e 2022. Esse número cresceu 38,9% neste período, de 18,3 milhões de horas para 25,5 milhões de horas.

A realidade do recurso a tarefeiros e horas extra no SNS não se alterou muito desde então, apesar do fim d pandemia, pois segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde do início deste ano, o SNS contratou mais de 24 milhões de horas complementares em 2024.

Tendo em conta os números de 2022, o relatório diz que “seriam necessários 14.286 profissionais adicionais” a tempo inteiro, o que corresponde a “cerca de 10% da força de trabalho do SNS”. Destas novas contratações, mais de seis mil seriam de médicos, ou seja, mais de 20% dos médicos do SNS em 2022.

Em número de profissionais, a maior parte das necessidades no SNS está na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde faltavam 5.225 profissionais para suprir o trabalho complementar. Mas é no Alentejo e Algarve que o SNS mais depende do trabalho complementar, sobretudo nos médicos.

Em 2022, o número de horas extraordinárias trabalhadas corresponde ao trabalho de 11.248 novos profissionais, nomeadamente enfermeiros (3740), médicos especialistas (2760), assistentes operacionais (1811) e médicos internos (892). Quanto aos tarefeiros que prestaram serviços ao SNS, o número de horas desse trabalho equivale à contratação e 3.037 novos profissionais a tempo inteiro, dos quais 2.480 seriam médicos, incluindo internos.