Numa carta aberta divulgada esta quarta-feira, mais de uma centena de investigadores dão seguimento ao alerta dado no passado mês de fevereiro sobre o desaparecimento do acervo digital de estudos publicados no site do Observatório das Migrações.
“Acreditamos que a eliminação desses estudos representa um retrocesso significativo, considerando a própria essência da investigação científica que, nos tempos atuais, estimula estratégias de Open Access, como atesta a política da própria FCT”, escrevem os investigadores.
Imigração
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Os estudos em causa, financiados com apoios públicos, “fornecem muitos elementos factuais e sólidas análises que ajudaram a sustentar as políticas de integração de imigrantes pelas quais Portugal foi felicitado e reconhecido internacionalmente até há poucos anos”, prossegue a carta aberta, lamentando que o seu desaparecimento do site do Observatório das Migrações surja “num momento em que tudo isto está particularmente ameaçado, podendo mesmo colocar em causa a coesão social”.
Neste contexto, é ainda mais importante permitir o acesso à informação contida nestes trabalhos sobre migrações, cada vez mais procurados por parte de “um público mais vasto, incluindo escolas, jornalistas, políticos e o público em geral, de modo a combater estereótipos e desmistificar preconceitos e desinformação”, sustentam os signatários, entre os quais estão a anterior diretora científica da OM a par de uma centena de investigadores de três dezenas de instituições científicas e académicas, e uma dezena de organizações não-governamentais.
O Observatório das Migrações reagiu nas redes sociais, dizendo que “em breve, será garantido o acesso público” ao acervo e que “a nova plataforma digital dedicada encontra-se em fase final de desenvolvimento”. Até lá, apenas quem se desloque ao centro de documentação ou solicite um dos estudos através do correio eletrónico do Observatório poderá ter acesso a esses trabalhos.
Também a AIMA, que tutela o Observatório, respondeu no mesmo sentido, sem no entanto fazer uma previsão de quando estará disponível a informação retirada do site.
