O projeto mineiro para explorar lítio em Covas do Barroso, no município de Boticas, tem sido contestado pela população e por organizações ambientais, que na semana passada anunciaram a entrega de um pedido à Comissão Europeia para reavaliar o estatuto de projeto “estratégico” concedido à iniciativa da Savannah Resources.
O jornal Expresso noticia esta segunda-feira que a empresa detida pela AMG Lithium (15,77%), a Al Marjan (12,69%), o grupo Lusiaves (10,07%), o empresário Mário Ferreira (10%) e a Slipstream Resources (3,37%) vai criar um “comité consultivo” com quatro pessoas, entre as quais dois nomes de peso dos antigos governos
Trata-se do antigo ministro da Indústria e Energia dos governos de Cavaco Silva, Luís Mira Amaral, e do antigo ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado. Desde a saída dos respetivos governos, Mira Amaral e Amado somaram cargos executivos, não executivos e de consultadoria em inúmeras empresas e entidades, incluindo bancos, com o primeiro a presidir ao BIC e o segundo ao Banif.
O semanário diz que este comité visa “apoiar a empresa no desenvolvimento do seu projeto” para explorar lítio em Boticas, integrando também Carlos Caxaria, antigo vice-diretor da Direção-Geral de Energia e Geologia entre 2004 e 2013 que depois foi presidir à EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro entre até 2016, liderando agora a empresa Tech Salt, e a especialista em cadeias de abastecimento minerais Astrid Karamira, que é membro do conselho diretivo da Global Battery Alliance e reside em Lisboa.