Apesar da chuva e do frio, os quatro plenários de trabalhadores das empresas do complexo industrial da VW Autoeuropa juntaram mais de mil trabalhadores dos vários turnos de laboração ao longo dos dias 28 e 29 de janeiro, com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira..
A reivindicação do reconhecimento do desgaste rápido para os profissionais da indústria foi o ponto forte da agenda, incluindo as condições de trabalho no complexo industrial de Palmela, tanto na VW Autoeuropa, como nas empresas prestadoras de serviços e nas fornecedoras, informa a Fiequimetal.
Na resolução aprovada nos plenários foi decidida a marcação de um dia de greve para o dia em que for agendado o debate parlamentar da petição promovida pela Fiequimetal e que juntou as assinaturas de 13 mil trabalhadores a nível nacional. Nesse dia os trabalhadores rumarão em São Bento para exigir ao Governo “a melhoria das condições para os trabalhadores em trabalho por turnos e noturno, entre estas o acesso à reforma antecipada para trabalhadores a partir dos 55 anos e vinte anos de turnos sem quaisquer penalizações, e restantes reivindicações inscritas na petição”.
A exigência da “recolocação urgente dos trabalhadores portadores de doenças profissionais e restrições médicas” e a necessidade do aumento real dos salários para fazer face ao aumento do custo de vida foram outras reivindicações constantes desta resolução.

Solidariedade com trabalhadores da Vanpro e Tenneco que têm os postos de trabalho em risco após a VW ter escolhido outros fornecedores
Os trabalhadores da Autoeuropa e das empresas fornecedoras a funcionar no complexo industrial de Palmela aprovaram também uma moção de solidariedade com os trabalhadores da Vanpro e da Tenneco, que têm os seus postos de trabalho em risco após a VW ter entregue a outras empresas a produção dos componentes que eram ali fabricados.
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A moção aponta que a Tenneco é uma empresa multinacional do setor automóvel e a Vanpro, apesar de sediada em Palmela, é detida por duas multinacionais “que tal como o Grupo VW acumulam lucros de milhões ao longo de décadas de atividade em Palmela e noutros países, lucros que deveriam ser canalizados também para a modernização das fábricas e processos produtivos, no sentido de garantir o emprego, melhorar as condições de trabalho e tornar os seus produtos competitivos”.
Assim, os trabalhadores consideram que as decisões tomadas pela VW Autoeuropa e o Grupo VW são de “uma total irresponsabilidade e desrespeito” pelos trabalhadores “que produzem a riqueza e o sucesso dos sucessivos produtos que saem diariamente das linhas de produção do Complexo Industrial da VW em Palmela”.