Javier Milei

O presidente argentino dizia que ia meter o “último prego no caixão” do peronismo. Ao invés, teve de reconhecer uma “derrota clara” na maior província do país e com legislativas à porta.

Associações de pessoas com deficiência falam em regressão de “cem anos” nas políticas do setor e de uma “política de crueldade, de desumanização das pessoas com deficiência, que são vistas como descartáveis” porque “não se encaixam no mercado de trabalho”.

Rodrigo Durão Coelho

Ainda sob investigação pelo seu papel numa fraude com criptomoeda, o presidente argentino vai a Madrid participar num fórum patrocinado pelo dinheiro cripto junto com economistas ultraliberais, figuras da extrema-direita e teóricos da conspiração.

O porta-voz presidencial anunciou ainda a introdução de um sistema de “votação” online para se decidir que jornalistas podem fazer perguntas nas conferências de imprensa. O governo de Milei quer convidar influencers e youtubers seus apoiantes para estas conferências.

A extrema-direita impulsiona o retrocesso conservador contra as conquistas democráticas, substitui linguagem elitista pela demagogia, enraizou-se no universo digital e radicaliza falsas crenças implantadas pela ideologia neoliberal. Explora resultados adversos da luta social e dificuldades da esquerda em construir alternativas.

Claudio Katz

Milei não cabe em si por ter chegado esta quinta-feira à capa da Time. Numa sala de espetáculos cantou na apresentação do seu novo livro com vários plágios, enquanto continua a jurar que a sua política económica transformará o país na “nova Meca do Ocidente”. Mas a realidade da austeridade desmente tanta gabarolice.

O governo causou uma recessão maior do que esperava com queda nos salários reais, reformas e pensões, planos sociais e obras públicas. O seu projeto implica total subordinação ao capital internacional, financeiro e extrativista, reduzindo o peso da indústria transformadora e transformando o país num mero enclave exportador.

Eduardo Lucita

Sondagem revela que a situação de sete em cada dez argentinos piorou. Amnistia Internacional refere que ao empobrecimento económico soma-se “um novo modelo de liderança de não diálogo e violência permanente”. Javier Milei enfrenta grande contestação.