Ucrânia

O mito de que a globalização capitalista iria dissuadir as guerras pode finalmente ser posto de lado. O economista David F. Ruccio analisa algumas das perspetivas que mostram as relações entre o sistema económico dominante e o conflito na Ucrânia num artigo lido por Carlos Carujo.

Intervenções de abertura de Pedro Caldeira Rodrigues e Fernando Rosas na sessão pública realizada em Cacilhas a 25 de março de 2022.

A imagem de um povo russo “lobotomizado” que apoiaria em massa a guerra de Putin é amplamente divulgada. Karine Clément socióloga especializada no estudo das classes populares russas nota que esta imagem é parcial, potenciada nas redes sociais por uma classe média intelectualizada sem ouvir verdadeiramente o que estas pensam.

Michael Löwy defende que a invasão da Ucrânia nos colocou perante opções irreconciliáveis: ou comunismo ou putinismo, ou Vladimir Ilitch ou Vladimir Putin, ou direito de autodeterminação das nações ou direito dos impérios de invadir e procurar anexar outros países. Um texto lido por Carlos Carujo.

Os criadores culturais foram protagonistas de protestos de vários tipos contra a invasão da Ucrânia. Alguns saíram do país. Para os que permaneceram coloca-se a questão: o espetáculo deve continuar num país em guerra? Por Marco Biasioli.

O filósofo esloveno fala do mito que sustenta a visão imperial de Putin, das consequências da maneira diferenciada como a Europa trata os refugiados e de como esta tem de erradicar o neocolonismo num artigo lido por Carlos Carujo. 

O geógrafo marxista analisa as humilhações da terapia de choque neoliberal na Rússia e da expansão da Nato defendendo que não justificam a invasão nem ressurreição do militarismo da Nato num artigo lido por Carlos Carujo.

As exigências pelo fim da guerra e o regresso à paz passam pelo combate à crescente militarização, pela condenação da expansão do cordão de bases da NATO ao longo das fronteiras da Federação Russa.

João Vasconcelos

A estratégia de substituir os factos pela propaganda é uma conhecida arma de guerra. Mas não nos enganemos: partir do princípio de que tudo se resume a propaganda e que só nos estão a contar uma história muito mal contada é um exercício de auto-engano que nos isola da realidade.

José Manuel Pureza

A agressão injusta à Ucrânia vai agravar a realidade pré-existente. A dimensão do desastre humanitário a desenrolar-se à nossa frente é incalculável. Não nos podemos esquecer da ajuda humanitária. A saúde dos ucranianos necessita de apoio urgente, não podemos falhar.

Mário André Macedo

A agressão militar desencadeada por Putin foi o passo mais recente de um conflito antigo. Reunimos aqui artigos de análise da situação e a perspetiva da esquerda russa e ucraniana. Dossier organizado por Carlos Carujo.

Na retórica preparatória da invasão da Ucrânia, Putin utilizou um argumento que deve fazer pensar quem, à esquerda, continua a apoiar a escalada belicista.

Alberto Matos

Este é o fim do pós-guerra e o mais pesado início para a reconfiguração da nova ordem mundial que já se vislumbra, mas que ainda não tem vigência. A multipolaridade é um facto e uma nova bipolaridade entre blocos pode ser o reacender dos piores fantasmas.

Miguel Guedes

A Rússia conviveu bem com a situação até pressentir como ameaça uma mudança política em Kiev e a aproximação vertiginosa da NATO.

Joana Mortágua

A crise na Ucrânia coloca o mundo à beira de um desastre, suspenso entre a renovada beligerância russa e a continuada arrogância norte-americana defende Gilbert Achcar neste artigo lido por Carlos Carujo.

EUA e Rússia pintam como sendo dos/as ucranianos/as aquilo que não é senão a sua própria vontade. O estatuto de neutralidade correspondia ao equilíbrio de vontades entre as diferentes sensibilidades das gentes da Ucrânia. Esse pode ser um apoio essencial de uma solução política inclusiva.

José Manuel Pureza

Como sempre, há muito em jogo, nesta guerra económica e de influências a nível mundial. A Ucrânia é o pretexto e o seu povo é a última preocupação.

Mariana Mortágua

As declarações finais do encontro entre Joe Biden e Olaf Scholz na Casa Branca valem mais do que muitos comunicados de cimeiras para entreter a diplomacia funcionária e funcional.

Luís Fazenda

Em entrevista ao L’Humanité, o realizador jugoslavo critica a cooptação do cinema pela máquina de guerra ocidental e afirma que a expansão da NATO e da UE estão por detrás do desmembramento da Ucrânia, à semelhança do que se passou na Jugoslávia.

A agricultura foi o objetivo principal dos investimentos estrangeiros na Ucrânia e é considerada pelo FMI e pelo Banco Mundial como o setor prioritário do programa de reformas. Por Frederic Mousseau.