Economista norte-americano. Autor de diversos livros, colunista do The New York Times. Professor de Economia e Assuntos Internacionais na Universidade Princeton. Prémio Nobel da Economia em 2008.
Entre quatro a seis milhões de pessoas participaram nos protestos contra Trump deste fim de semana. Isto é importante porque a vitória ou a derrota do autoritarismo competitivo dependerá, em grande medida, do lado que as pessoas comuns acreditam que vai ganhar.
O projeto de Trump de reduzir impostos para ricos e cortar nos programas sociais é irresponsável, leva a taxas de juro mais altas, aumenta probabilidades de recessão e um dólar mais fraco. Lembra o mini-orçamento de Truss.
O que o documento de Olivier Blanchard - economista-chefe do FMI - conclui não é apenas que a austeridade tem um efeito depressivo sobre as economias fracas, mas que o efeito adverso é muito mais forte do que se acreditava anteriormente. A viragem prematura para a austeridade, ao que parece, foi um erro terrível.
A economia norte-americana está, segundo a maioria dos indicadores, em profunda depressão. Mas os lucros das grandes empresas batem recordes. Como é que isto é possível? Simples: os lucros sobem enquanto os salários e compensações pelo trabalho caem.
Praticamente toda a redistribuição do rendimento tem ido para os americanos que fazem parte dos 1% mais ricos. Isto é, os manifestantes de Occupy Wall Street que se apresentam como representantes dos 99% estão basicamente certos.
Felizmente, os médicos já não acreditam que sangrar os doentes vai torná-los saudáveis. Infelizmente, muitos dos que fazem a política económica ainda acreditam. E a sangria económica está a começar a minar as nossas perspectivas económicas de longo prazo.
O que está a acontecer em Wisconsin é uma tentativa de explorar a crise fiscal para destruir o último contrapeso ao poder político das corporações e dos ricos. E a jogada de poder vai além de destruir os sindicatos.
Os fundamentalistas do mercado erraram sobre tudo. Mas, ainda assim, dominam a cena política mais completamente que nunca. Como é que isto aconteceu? Por Paul Krugman