A extrema-direita nunca é ridícula. É sempre perigosa. Do deputado que rouba malas aos diretos dos achaques de saúde, tudo serve para condicionar o debate público. Os algoritmos das redes e a fome de audiências das televisões fazem o resto. A estratégia de degradação da democracia é sempre para valer e é rápida.
Como no resto da Europa, a direita tradicional extrema-se. Atacam os imigrantes como número de campanha, aproveitam a onda da descredibilização ética da democracia, desprezam as lutas emancipatórias. Tudo é “woke”, dizem, enquanto andam para trás.
A esquerda encolhe em números e em proposta. No debate das ideias, também deslizou para o centro e a direita. Evitar os temas difíceis torna-se tentador, ainda que aumente os riscos globais. Contrariar a maré é tarefa quase impossível e quem o faz paga um preço elevado. Este é o tempo de todos os perigos.
À Mariana, à Marisa, à Joana, ao Fabian, aos fundadores do Bloco que não faltaram à chamada, a quem se juntou à campanha sabendo que escolhia o caminho mais difícil, a quem organiza pelo país a luta anti-fascista e afronta o conservadorismo quotidianamente, um abraço. Agora, reorganizamo-nos, recomeçamos, resistimos.
