Catarina Martins

Catarina Martins

Eurodeputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Atriz

O Die Linke conseguiu ser tanto motor da mobilização anti-fascista como crescer nessa mobilização. É, portanto, a Esquerda preparada para o combate político destes tempos.

Não é a primeira vez que os “pró-vida” matam, e, infelizmente, não será a última. O aborto é um cuidado de saúde e não pode ser recusado. Vale a pena olhar para o que se passa na Polónia.

Bem-vindos ao país onde a Educação e a Saúde estão no Ministério do Interior e o governo tem um Gabinete para a Proteção da Soberania, talhado para perseguir quem questiona o regime. No caminho do aeroporto para o centro da capital, outdoors do partido do governo contra a entrada da Ucrânia na União Europeia. Assim é a Hungria versão 2025.

Agora, reorganizamo-nos, recomeçamos, resistimos.

Não aceitar que ao sonho dos avós se seguirá inevitavelmente o pesadelo dos netos é o imperativo destes tempos.

Sabemos que a Paz, uma paz verdadeira e duradoura, não nascerá de um acordo sobre terras raras, tal como não surgirá da ocupação ou colonização, por muito colorida que a IA a pinte.

Marrocos quer os recursos naturais do território ocupado: fosfatos, pescas, energia. E as empresas europeias lá estão: dos cimentos às eólicas, do mar aos minérios. A União não condena a ocupação. Aproveita-se dela.

Chegados de manhã, Kiev é uma capital europeia como qualquer outra. A cidade funciona, não há avisos de ataques aéreos, a linha da frente parece distante. A app só pinta a vermelho algumas das zonas mais a leste. Perceberemos que à noite é diferente e que nem todos os dias são assim.

A Geringonça foi produto da urgência que atravessava a vida de cada pessoa e também dos sindicatos, das autarquias, das pequenas empresas, das ONGs. Quando a possibilidade de mudança se abriu, todo o país a abraçou. Foi como vir à tona da água e finalmente respirar.

Quem acredita numa política ambiental e climática responsável, quem leva a sério o bem-estar animal, quem levanta a bandeira arco-íris contra todas as discriminações, terá uma voz no parlamento regional que não abandonará nenhuma das causas, nenhuma das lutas. Será a voz do Bloco de Esquerda.