Fernando Rosas

Fernando Rosas

Historiador. Professor emérito da Universidade Nova de Lisboa. Fundador do Bloco de Esquerda

A meu ver existe um perigo real da extrema direita fascizante em Portugal. A extrema direita, como no passado o fascismo canónico, cavalga os destroços das políticas antissociais do capitalismo neoliberal e o seu rasto de pobreza e impiedade.

O Esquerda.net reproduz neste artigo a intervenção de Fernando Rosas na sessão inaugural da Conferência Internacional “Resistência juvenil, ditaduras e políticas de memória.  O assassinato de Ribeiro Santos em 12 de Outubro de 1972”.

A União Europeia desaparece como entidade independente neste contexto. Desiste de assumir uma estratégia própria em defesa da Ucrânia e da paz e ajoelha perante a política de guerra sem fim com que a NATO, à custa do povo ucraniano e não só, pretende neutralizar a Rússia.

Parece hoje indiscutível que um racismo entranhado, isto é, cultural, comportamental, ou seja, estrutural, ainda que encoberto, disfarçado, não assumido, permeia as relações sociais praticamente a todos os níveis da sociedade portuguesa. Por Fernando Rosas.

Em Novembro, Boaventura Sousa Santos reconhecia, no jornal espanhol Público, que “os socialistas tão pouco quiseram negociar com o Bloco”, que “quando estão sós têm tendência a ir para a direita”, e que desejava que não tivessem maioria absoluta, porque, como dizia o Bloco, “o PS vira muito”. Pelos vistos não é só o PS.

Por que razão, nestas eleições legislativas, é importante o 3º lugar na ordem das votações? A resposta é simples: porque é isso que determinará que se consiga barrar eficazmente o caminho do partido da extrema-direita xenófoba, racista e anti-democrática que é o Chega.

Segundo os oráculos nem é preciso votar. A coisa já está decidida e a sentença antecipada: a esquerda consumir-se-à no fogo dos infernos e o regresso ao bloco central ou à direita, desenha-se certo nos despojos sacrificiais da razão.

Na sequência da polémica suscitada em torno da intervenção de Nuno Palma na reunião do Movimento Europa Liberdade (MEL), o historiador Fernando Rosas rebate as teses do professor da Universidade de Manchester na área da História Económica.

Três caminhos que marcaram, tanto no plano interno como no plano internacional, o que seria o perfil político e ideológico do PCP no pós Segunda Guerra Mundial, durante a clandestinidade, mas seguramente além dela. Por Fernando Rosas.

Quando, à angustiante pergunta “onde encontramos cabeças que nos orientem?”, responde com o Chega feito partido guia, Fátima Bonifácio está a confirmar o seu próprio diagnóstico sobre “o afundamento da criatividade intelectual e imaginação política” na Europa. E na “direita clássica” portuguesa.