Esta iniciativa é, ao mesmo tempo, gesto de solidariedade e denúncia política. Recorda que a comunidade internacional não pode assistir, de braços cruzados, à repetição de crimes contra a humanidade.
Nunca foi tão gritante a necessidade de descolonizar o nosso ensino e a nossa cultura; nunca foi tão assustadora a normalização do assédio moral e físico levado a cabo contra pessoas não portuguesas e não brancas.
Além de retomarem uma tradição de acolhimento exercida, muitas vezes no limiar da desobediência civil, estas “cidades-santuário” colocam o princípio ético-político da solidariedade para com as pessoas migrantes como identidade e como cartão de visita.
Palestina vida. Fechei os olhos, desliguei a televisão, imaginando o povo palestiniano a viver como se fosse música. Reabri-os, observando um genocídio.
Depois do relativo sucesso da ideia de controlo de rendas, este podia ser um próximo passo. Parece-me ser uma batalha facilitada pelo facto de a propriedade estar visivelmente mais concentrada nos setores do retalho e da energia do que no da habitação.
Se tal se confirmar (as causas do acidente estarem, de algum modo, relacionadas com a “externalização” / subcontratação da manutenção), isso não tem nada de surpreendente, para não se dizer que, em geral, é (quase) regra.
O melhor exemplo da inércia política, da qual brota agora a insatisfação mais embrutecida e doente, é a degradação inqualificável do edificado do concelho de Beja. É o símbolo máximo da negligência autárquica, constituindo um autêntico garrote ao desenvolvimento local.
Em momentos de crise económica ou insegurança social, o velho reflexo ressuscita: culpar o estrangeiro, desconfiar do diferente, erguer muros. É um eco de tempos em que tal atitude podia salvar uma vida, mas hoje apenas empobrece sociedades e reforça divisões artificiais.
O acordo de associação entre a UE e Israel estipula no seu artigo segundo o respeito pelos direitos humanos. Espera-se que os nossos governantes, se manifestem a favor da sua suspensão — até que Israel respeite os direitos humanos.
O aumento da precariedade das vidas e a perda de rendimentos e segurança do Estado Social causado pelas políticas neoliberais surgem acopladas com a ativa punição daqueles que, empobrecidos e desesperados, procuram soluções ilegais para a desproteção sistémica. A pobreza torna-se, então, um crime.