Em visita à feira de Espinho, Catarina Martins comentou as declarações do ministro das Finanças sobre o descongelamento do tempo de serviço dos professores e falou sobre a necessidade de se discutir o próximo Orçamento de Estado.
Face às declarações de Mário Centeno ao jornal Público, onde o ministro das Finanças afirma que não existem recursos para satisfazer as exigências dos professores, Catarina Martins recorda que no Orçamento de Estado anterior legislou-se o descongelamento das carreiras da função pública “e isso é igual para todas elas, é igual para os professores como para os polícias, nós não colocamos trabalhadores contra trabalhadores”.
O anterior Orçamento de Estado “não tem mais de ser discutido, só tem de ser cumprido”, considera a coordenadora do Bloco de Esquerda, afirmando ainda que este não pode servir de justificação para não se discutir o próximo OE e os compromissos assumidos pelo Governo “não só com o Bloco, mas com todo o país”.
“Naturalmente, o Governo tem ainda algumas questões para resolver do Orçamento de Estado passado, e a nossa expectativa é que os resolva o quanto antes, para quando chegarmos ao OE para o próximo ano não estarmos a discutir o ano passado”, afirmou Catarina Martins à margem da visita à Feira de Espinho.
Reforçando a urgência de não se adiar a discussão sobre o último Orçamento de Estado desta legislatura, Catarina sublinhou dois pontos de discussão que são fundamentais para o Bloco de Esquerda: “questões como as pensões, acabar com o factor de sustentabilidade para quem trabalhou toda uma vida, e baixar o preço da energia combatendo as rendas das eléctricas, baixando o IVA da luz, são tudo medidas essenciais”.
O problema das pensões antecipadas “e dos cortes pelo factor de sustentabilidade a quem já trabalhou toda uma vida, a quem já tem uma carreira de trabalho e de contribuições e que se vê com uma pensão tão baixa” foi, aliás, uma promessa ainda não cumprida. Catarina Martins defendeu a necessidade de respeitar as carreiras contributivas de quem trabalhou toda uma vida.
“O Bloco defende a descida do IVA da eletricidade como medida que protege as famílias”. Para o Bloco de Esquerda é urgente pôr fim às rendas excessivas do setor elétrico e, com isso reduzir a fatura da luz para todas as famílias.
A coordenadora do Bloco de Esquerda lembrou que também está por resolver a questão do IVA da eletricidade, uma “daquelas normas absurdas e penalizadoras do tempo da Troika e que ainda falta corrigir”. “Porque ninguém compreende que a eletricidade continue a pagar a taxa máxima de IVA quando é um bem essencial”.