Loures

A coligação entre Bloco, Livre e PAN pretende dizer que “é possível haver uma política socialista que responda a toda a gente”, vinca Marisa Matias. Isabel Mendes Lopes vê nela uma alternativa à polarização que contamina até o PS que em Loures faz uma política “completamente desumana”.

Dirigentes nacionais do Bloco, do Livre e do PAN estiveram em consonância na apresentação da coligação que os une em Loures. Concordaram nas críticas à postura da atual Câmara Municipal quanto à destruição de barracas sem oferecer alternativa habitacional e nas críticas ao governo sobre o recuo no luto gestacional nas leis do trabalho.

Ricardo Leão, o atual presidente da Câmara é acusado de mimetizar a agenda e retórica da extrema-direita e de “atacar os mais vulneráveis com despejos e demolições sem alternativa habitacional, em vez de adotar uma estratégia que enfrente a crise habitacional do concelho”.

O movimento diz que Ricardo Leão pretende “desacreditar e reprimir a organização popular, como se fosse crime participar na vida política e reivindicar direitos”. Para ele, “o que é criminoso não é lutar por justiça. É ignorar quem já vive há décadas em bairros esquecidos”.

Uma providência cautelar interposta pelos moradores de Loures travou as demolições no imediato. A Câmara tinha-os notificado na sexta-feira ao final da tarde e começou as demolições na segunda-feira de manhã, impedindo-os de assegurar os seus direitos em tribunal. O Bloco condena despejos sem alternativa habitacional.

Também na Amadora 16 habitações foram despejadas. As duas Câmaras do PS avançam para a destruição de casas auto-construídas, lançando moradores na rua. Uma “política de expulsão dos mais pobres” que “culpa as vítimas da crise da habitação” diz o Vida Justa. O Bloco condena despejos sem alternativa habitacional.

Em reação aos despejos em Loures, a Comissão Justiça, Paz e Ecologia da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal defende a implementação urgente de soluções de alojamento de emergência que respeitem os direitos, a dignidade e as circunstâncias de cada agregado familiar.

Dezenas de famílias do bairro do Talude Militar, incluindo nove crianças e quatro idosos, viram as suas habitações precárias destruídas pelos bulldozers sem terem alternativa habitacional.

Candidata de 29 anos é deputada municipal, atriz, produtora e dirigente do Bloco de Esquerda. Partido assume como prioridades para o município a Habitação, Saúde e Urbanismo.

Moradores em risco de despejo mobilizaram-se à Assembleia Municipal de Loures, Executivo não respondeu sobre possibilidade de despejo sem alternativa e ameaçou "acionar mecanismos" para "proteção das crianças".

Em vésperas de Natal, Câmara de Loures quer demolir habitações autoconstruídas e ocupadas, tirando casa a 99 pessoas sem fornecer alternativa.

O partido vinca que a medida de despejar arrendatários municipais condenados e seus familiares é inconstitucional. A deputada municipal do Bloco diz que “Ricardo Leão tentou ganhar votos fazendo o discurso da extrema-direita, mas a manobra correu-lhe mal.”

A proposta foi apresentada pelo Bloco. Rita Sarrico, deputada municipal do partido, defende que “há muito tempo que este problema se vem arrastando e tem sido agravado pelo aumento desenfreado do turismo na capital, pelo que este é o momento de fazer cumprir a lei e dar descanso a quem é afetado pela poluição sonora dos aviões”.

Depois das ameaças de despejos, a Câmara Municipal de Loures diz que vai realizar sessões de esclarecimento aos moradores da habitação municipal sobre o plano de regularização das rendas.