Depois de uma arruada de manhã que passou pelo Mercado Municipal de Loures, a coligação Construir o Futuro em Loures, entre o Bloco, o Livre e o PAN, organização um almoço-comício. Nele, Marisa Matias explicou que “Loures tem sido uma espécie de tubo de ensaio nos últimos anos, e não necessariamente para o melhor.” Lembrou que foi aí que o atual líder do Chega, então cabeça de lista do PSD, “testava o pior do que é trazer para as nossas ruas, para as nossas vidas, para as nossas cidades, para as nossas aldeias o discurso do ódio, do racismo e da xenofobia, de nos dividir e de nos pôr a lutar uns contra os outros”. E que agora o Partido Socialista aplica “uma política que pouco difere do que seria uma política do Chega”, o que “é trágico e assustador”.
Por isso, destacou a importância de ter “um projeto coletivo e empático e que responda àquelas que são as necessidades das pessoas”, uma “resposta efetiva, coletiva, de direitos que têm de ser cumpridos e não de pôr as pessoas umas contra as outras”.
A candidatura da coligação Construir o Futuro Loures pretende assim dizer que “é possível haver uma política socialista que responda a toda a gente”. E que essa passa “por ter empatia, uma resposta humana, por dizer às pessoas que toda a gente tem um lugar e que sim, que os direitos são para todos e para todas e que não vamos fazer exclusões. Passa por dizer que precisamos de transparência, de democracia, de participação e que há lugar para toda a gente”.
Combater a polarização e desumanização com empatia
Na mesma ocasião, a linha de intervenção de Isabel Mendes Lopes, co-porta-voz do Livre, foi no mesmo sentido, salientando que estas eleições “acontecem neste momento político em que temos uma polarização enorme” e em que a base dos nossos valores está a ser corroída.
Segundo ela, para esta polarização concorre não só a extrema-direita como os “partidos históricos que têm representantes que perderam a vergonha assumem toda a polarização, a exclusão, a desumanização que caracteriza os partidos da extrema-direita”. Uma acusação que também dirige ao PS, considerando “completamente desumana” a política de demolir casas e dizer “que se os pais não pagam uma refeição as crianças não comem”.
A deputada acredita que se responde a esta polarização e “contaminação dos partidos democráticos por parte deste extremismo” e “desumanização” com unidade, “juntando as pessoas que sabem que a empatia, que o respeito pelos direitos humanos, que o respeito pela democracia e pelos processos democráticos é essencial para conseguirmos construir um futuro”. E também “as pessoas que sabem que a casa é um direito”, que o direito à maior mobilidade, o direito ao tempo “é essencial para nós conseguirmos ter uma vida melhor e uma vida digna”.