Professores

Fernando Alexandre garantiu na abertura do ano letivo que não havia falta de professores em mais de 98% das escolas. Números oficiais vêm ao encontro dos dados avançados pela Fenprof.

A situação é pior este ano, destaca Fenprof, numa altura em que um estudo mostra que metade dos jovens professores ponderaram mudar de profissão. Análise a contratações mostra que no norte há colocações e professores profissionalizados, no sul falta de professores e colocação de professores sem formação ou experiência.

Fernando Alexandre desvalorizou o direito à manifestação em frente a uma plateia de estudantes do Secundário. A Fenprof respondeu-lhe esta quarta-feira lembrando que a luta dos professores “foi sempre determinante para a conquista de legítimos direitos, a resolução de problemas e a melhoria da condição docente”.

A Fenprof esteve em congresso e elegeu uma nova direção. Esta segunda-feira e durante todo o período em que duram os testes que substituíram as provas de aferição, a estrutura sindical tem marcada uma greve ao serviço relacionado com as provas ModA.

Estas são “feitas à custa da sobrecarga de trabalho dos professores” e são provas “sem sentido nenhum”. Para além disso, a federação sindical critica o “apagão” da educação nos debates eleitorais.

A federação sindical de professores apela a que todos os professores e educadores deslocados a mais de 70 quilómetros da residência requeiram o pagamento do apoio a partir da publicação da lei em Diário da República.

Até agora, o subsídio à deslocação de professores a mais de 70 quilómetros da residência só era pago aos colocados em escolas consideradas pelo Governo como estando carenciadas de docentes. Proposta do Bloco veio corrigir essa injustiça e já é lei.

Até agora só os professores em escolas consideradas “carenciadas” podiam receber apoio, o que reduzia drasticamente o número de possíveis beneficiários. A proposta do Bloco, que contou com voto contra de PSD e CDS e abstenção da IL, vem alterar esta situação.

Enquanto milhares de alunos continuam sem professor, apenas 8,7% do total dos professores formados no Brasil que pediram reconhecimento dos diplomas obtiveram resposta positiva. Queixam-se que os acordos não estão a ser cumpridos.

É uma realidade silenciosa revelada por um inquérito a nível nacional. A maior parte dos abusos são de alunos e pais, mas as direções escolares são acusadas também de serem as “principais perpetradoras de coação e ameaças contra os docentes”.

Professores questionam legalidade do secretismo das atas das reuniões negociais e de ser confrontada com um protocolo de negociação já fechado em reunião com outros sindicatos, além da ameaça de exclusão de negociações futuras.

Historicamente discriminados, sem carreira e sem grupo de recrutamento, os professores de Teatro juntaram-se em frente à Escola Gil Vicente, em Lisboa, para protestar e discutir a situação.

Joana Mortágua expôs a incoerência dos números do governo, que diz serem "martelados para esconder a realidade da falta estrutural de professores nas escolas".

Professores protestaram esta quinta-feira contra a discriminação causada pelo apoio à deslocação executado pelo governo de Luís Montenegro. Para além de criar assimetrias na classe profissional, a medida poderá mesmo aprofundar o problema da falta de professores em algumas escolas.

O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre esta situação. Joana Mortágua diz que para além de ser um “desrespeito aos acordos assinados com o Brasil” é “irresponsável e absurdo diante da enorme falta de professores que existe nas escolas portuguesas”.

Quando era ministro de Passos Coelho, Nuno Crato dizia que o país tinha professores a mais e que vinha aí uma quebra de natalidade que tornaria esse excesso ainda maior. Agora diz que já em 2012 tinha estudos a alertar para a falta de professores. Vídeo de @Volksvargas 

Número de professores sem escola atribuída sobe em quase dois milhares desde agosto. Educação pré-escolar e de primeiro ciclo são as áreas com mais professores por colocar.

Fernando Alexandre disse aos jornalistas que milhares de alunos começarão sem aulas e reconhece a importância de valorizar a carreira docente. Movimento Missão Escola Pública diz que ano letivo começará com perto de 200 mil alunos sem pelo menos um professor.

Fenprof crítica postura e políticas do Governo e avisa que a falta de professores vai prejudicar cerca de 122 mil alunos. Distritos de Lisboa, Setúbal e Faro são os que têm mais falta de professores.

Numa “nota informativa” a DGAE anunciou que não haveria concurso de vinculação este ano. A Fenprof diz que isto “prolonga a precariedade” e impede professores do quadro de conseguirem aproximar-se do local de residência.