Educação

Faltam mais de 800 professores a duas semanas do início do ano letivo, diz Fenprof

03 de setembro 2024 - 11:43

Fenprof crítica postura e políticas do Governo e avisa que a falta de professores vai prejudicar cerca de 122 mil alunos. Distritos de Lisboa, Setúbal e Faro são os que têm mais falta de professores.

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Conferência de imprensa da Fenprof
Conferência de imprensa da Fenprof. Fotografia da Fenprof.

Segundo um balanço feito pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), faltarão mais de 800 professores nas escolas públicas portuguesas. A apenas duas semanas do regresso às aulas, a falta de professores ainda existente significaria que cerca de 122 mil alunos ficarão sem, pelo menos, um docente.

A agência Lusa avança que há pelo menos 890 horários por preencher. Isto de acordo com os cálculos da Fenprof, segundo os quais 19.598 horas de aulas estão em falta, o que afeta 4.900 turmas e cerca de 122 mil alunos.

“É um problema que tem vindo a começar a notar-se no Centro e Norte, mas tem uma expressão maior em Lisboa e Vale do Tejo, Algarve e Alentejo”, afirmou Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, durante uma conferência de imprensa que assinala o início do ano letivo.

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De facto, é nas escolas do distrito de Lisboa que faltam mais professores. São 434 horários por ocupar. Seguem-se Setúbal e Faro com 205 e 112 horários por ocupar respetivamente. Na própria escola onde foi feita a conferência de imprensa, a escola secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, há 24 professores em falta.

As disciplinas com maior carência são Informática, Geografia e Português de secundário, que contabilizam conjuntamente 393 horários incompletos.

O dirigente da Fenprof atacou o programa do Governo para a habitação, criticando-o pelas suas insuficiências. “Continuam a faltar medidas de efetiva resolução de um problema que, a arrastar-se, porá em causa o direito constitucional à educação e ao ensino de qualidade para todos, cuja responsabilidade é da escola pública”, disse.

A federação sindical avisa que o ano letivo poderá começar com nova greve, mas sem impacto nas aulas. Ou seja, uma greve ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e componente não letiva. Mário Nogueira explica que a decisão “foi comunicada ao ministro no dia 30”, conjuntamente com a disponibilidade da Fenprof “para reunir e encontrar soluções que regularizem os horários de trabalho dos docentes em todas as escolas”.