Esta sexta-feira não está a ser exceção na matança que prossegue na Faixa de Gaza. Até ao fim da manhã já se contavam 29 mortes e muitas dezenas de feridos nos bombardeamentos, relata a Al Jazeera a partir de fontes hospitalares. Onze das vítimas, incluindo duas crianças, foram mortas quando tentavam conseguir comida nos pontos de distribuição controlados por Israel no centro da Faixa de Gaza.
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Peritos da ONU apelam à FIFA e UEFA para excluírem Israel das competições
O exército israelita continua a emitir ordens de evacuação em bairros da cidade de Gaza, com as tropas terrestres a avançarem a partir de vários pontos para o centro da cidade. Mas muita gente recusa-se a sair por não ter dinheiro para o transporte para o Sul da Faixa, uma zona também sobrelotada. Dizem não ter para onde fugir e que nenhum sítio está a salvo dos ataques de Israel.
Além da população civil, também as organizações que prestam ajuda médica e humanitária têm sido alvo dos israelitas. A organização britânica Oxfam diz-se “profundamente chocada” com a morte de uma psicóloga que trabalhava para uma das organizações parceiras em Gaza. Tasneem foi assassinada com os filhos de cinco e três anos por um ataque aéreo de Israel, um ano depois de ter perdido outro filho em circunstâncias semelhantes.
“Tasneem era uma humanitária corajosa e dedicada. Apesar do perigo constante, ela serviu aqueles que estavam em necessidade desesperada até ao fim”, disse Umiayeh Khammash, diretor da Juzoor for Health and Community Development, a organização parceira da Oxfam onde Tasneem trabalhava.
Netanyahu contorna espaço aéreo de França e Espanha na viagem para a ONU
O avião oficial do primeiro-ministro israelita, que intervém sexta-feira na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, fez um desvio para não sobrevoar o espaço aéreo de França e Espanha. Netanyahu, que tem um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional para responder por crimes de guerra e contra a humanidade, não quis arriscar uma eventual ordem para aterrar e ser detido naqueles dois países.
Mas à chegada a Nova Iorque, foram muitos os que se deslocaram às imediações da ONU e do hotel onde pernoitou para afirmar o seu protesto contra o genocídio em Gaza. Enquanto isso, o governo israelita deu ordens ao exército para colocar altifalantes ao longo da faixa de Gaza para emitir o seu discurso.
Após o discurso na ONU, onde se esperam os habituais ataques ao Irão e a associação ao Hamas da comunidade internacional que tem elevado a voz para condenar o genocídio, Netanyahu segue para Washington para novo encontro com Trump, que na véspera afirmou não apoiar os planos da extrema-direita israelita para anexar a Cisjordânia e assim impedir na prática a existência de um Estado palestiniano com continuidade territorial.