Helena Pinto foi deputada do Bloco e vereadora durante dois mandatos em Torres Novas. Nas eleições de 2021 o Bloco perdeu representação no executivo, que contou neste mandato com maioria absoluta do PS. Após uma visita ao mercado cuja reabilitação é uma das propostas no seu programa eleitoral, Helena Pinto falou ao Esquerda.net sobre o balanço da gestão do atual executivo e as propostas que o Bloco traz à campanha.
Qual o balanço dos últimos quatro anos de gestão autárquica em Torres Novas?
É um balanço desastroso, na medida em que foram quatro anos em que se perderam muitas oportunidades. Como todos sabemos, para o desenvolvimento das terras isso é dramático, porque, como se costuma dizer, podemos perder o comboio. Há quatro anos o Bloco não foi eleito para a vereação, ao contrário dos dois mandatos anteriores. E isso também foi negativo porque deixámos de ter oposição no executivo camarário. É o que as pessoas dizem, não houve oposição. Tivemos uma maioria absoluta do PS, com uma fraca oposição do PSD e do movimento de cidadãos Pela Nossa Terra, o que fez com que se perdessem muitas oportunidades. Em termos da habitação o avanço foi zero. No ambiente em algumas coisas até se retrocedeu, na Cultura foi um pouco mais do mesmo. Agora o município está numa encruzilhada: ou recupera e acelera o passo e ainda consegue através dos fundos comunitários fazer algumas obras que signifiquem uma melhoria da qualidade de vida, ou ficamos a marcar passo.
Se o executivo se mantiver, as perspetivas serão mais quatro anos de desastre?
Autárquicas
Bloco integra 22 coligações e apresenta listas próprias em 63 concelhos
Serão mais quatro anos de inércia, de fazer pouca coisa, sem ambição, sem brio. A nossa cidade está toda suja. A gente anda pelas ruas e até tem vergonha, falta brio nesta terra. No centro histórico vemos as casas a cair. Falta aqui um impulso, uma vontade, uma determinação. E invertermos a lógica do que tem sido feito, o que significa recuperar o que está em ruínas, limpar a cidade, criar espaços públicos agradáveis para se conviver, apoiar os criadores jovens, construir uma creche pública de raiz… O programa do Bloco é um programa de medidas concretas que vamos cumprir como cumprimos no passado. Podemos mesmo dizer que cumprimos o nosso programa todo, mas nem tudo foi aprovado. Temos medidas que são de grande orgulho como o transporte gratuito. Se não fosse o Bloco andar durante anos a persistir que o transporte tem de ser gratuito, nós hoje não tínhamos o transporte gratuito. Penso que a população de Torres Novas vai perceber isso.
E quais são as prioridades do Bloco para os próximos quatro anos?
Temos um programa muito completo e com medidas concretas para as várias áreas de governação do concelho. Destacaria as que têm a ver com a limpeza da cidade, com a habitação, pois há anos que foi aprovada a Estratégia Local da Habitação mas não sai do papel. Outras medidas dizem respeito à reabilitação do mercado municipal, mas também dar uma reviravolta na Cultura aproveitando os equipamentos culturais muito bons que aqui temos e construir a creche.