Genocídio

Protestos em Israel não travam plano de expulsão em massa da cidade de Gaza

18 de agosto 2025 - 15:25

Os ataques sobre a cidade de Gaza intensificaram-se no fim de semana, enquanto centenas de milhares exigiram o fim da guerra em Telavive. EUA fecham entrada a crianças palestinianas feridas.

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Manifestação este domingo em Telavive
Manifestação este domingo em Telavive. Foto de Paulina Patimer/Bring Them Home Now.

Centenas de milhares de pessoas - meio milhão, segundo as famílias dos reféns que organizaram o protesto - manifestaram-se este domingo em Telavive pelo fim da guerra e a libertação dos reféns. Esta foi uma das maiores manifestações dos últimos dois anos e o culminar de um protesto nacional que incluiu uma greve geral.

Como é habitual, Netanyahu respondeu aos protestos dizendo que eles ajudam o Hamas, numa altura em que o governo israelita se prepara para ocupar a cidade de Gaza, obrigando à expulsão de um milhão de palestinianos para o sul da Faixa.

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O “dia seguinte” em Gaza

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A par dos apelos para que abandonem a cidade, foram intensificados os ataques do exército israelita à cidade de Gaza ao longo do fim de semana.

Segundo a Al-Jazeera, a diplomacia israelita tem multiplicado os contactos com vários países para que acolham os palestinianos que pretende expulsar de Gaza. Entre eles estão a Indonésia, a Somalilândia (região da Somália que declarou independência), o Uganda, o Sudão do Sul e a Líbia. A Associated Press acrescenta que as negociações estão mais avançadas com o Sudão do Sul.

No sábado, a Casa Branca anunciou que iria suspender os vistos de visitantes de Gaza que eram usados por palestinianos que buscavam tratamento médico nos EUA, em especial crianças que chegaram nas últimas semanas com ferimentos ou doenças graves.

A medida surge na sequência de uma campanha nas redes sociais encabeçada pela ativista de extrema-direita Laura Loomer, que acusou os voos organizados pela ONG HEAL Palestine - sediada no estado do Ohio e que organizou nas últimas semanas a maior evacuação médica de crianças feridas de Gaza para os EUA - de representarem “uma ameaça a segurança nacional”.

Apesar de não ter nenhum cargo oficial, Loomer exerce influência sobre as decisões de Donald Trump. E desta vez bastaram os seus posts com vídeos da chegada das crianças palestinianas - a maioria sem pernas ou braços - aos aeroportos estadunidenses, acompanhados de acusações sem fundamento a ligar a ONG ao Hamas, para que o executivo suspendesse a emissão dos vistos.

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