Habitação

Providência cautelar dos moradores suspende demolições no Talude

28 de agosto 2025 - 11:00

A Câmara de Loures tinha anunciado a demolição de seis habitações precárias esta semana, mas a ação judicial dos moradores obrigou-a a recuar.

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Uma moradora passa por destroços das habitações demolidas em julho no Bairro do Talude Militar em Loures
Uma moradora passa por destroços das habitações demolidas em julho no Bairro do Talude Militar em Loures. Foto de Rodrigo Antunes/Lusa.

O Tribunal Administrativo de Lisboa notificou a Câmara Municipal de Loures da providência cautelar interposta pelos moradores novamente ameaçados de verem as suas habitações demolidas no Bairro do Talude. Na terça-feira a autarquia tinha dado 48 horas para estes moradores, que permaneceram no bairro após as demolições de julho por falta de alternativa habitacional, as abandonassem.

Em comunicado, o movimento Vida Justa acusa o executivo liderado por Ricardo Leão de “perseguição desenfreada” às famílias do bairro. “Para quem apregoa grande apreço pela legalidade, Ricardo Leão continua a subverter o sistema para atingir objetivos eleitorais”, aponta o movimento, acusando a autarquia de recorrer a mecanismos de ação que “continuam a desrespeitar a Lei de Bases da Habitação, a Constituição e a dignidade humana”.

“O Vida Justa defende, desde o início, a ativação de mecanismos urgentes através da ação do Governo central, solução que o executivo municipal tem vindo a recusar votação após votação”, prossegue o comunicado. Para este movimento que tem apoiado os moradores do Talude, este bairro “é a representação do estado de políticas habitacionais deste país”, pelo que deve servir “para que a mudança de paradigma aconteça de uma vez por todas”.