O Tribunal Administrativo de Lisboa notificou a Câmara Municipal de Loures da providência cautelar interposta pelos moradores novamente ameaçados de verem as suas habitações demolidas no Bairro do Talude. Na terça-feira a autarquia tinha dado 48 horas para estes moradores, que permaneceram no bairro após as demolições de julho por falta de alternativa habitacional, as abandonassem.
Em comunicado, o movimento Vida Justa acusa o executivo liderado por Ricardo Leão de “perseguição desenfreada” às famílias do bairro. “Para quem apregoa grande apreço pela legalidade, Ricardo Leão continua a subverter o sistema para atingir objetivos eleitorais”, aponta o movimento, acusando a autarquia de recorrer a mecanismos de ação que “continuam a desrespeitar a Lei de Bases da Habitação, a Constituição e a dignidade humana”.
“O Vida Justa defende, desde o início, a ativação de mecanismos urgentes através da ação do Governo central, solução que o executivo municipal tem vindo a recusar votação após votação”, prossegue o comunicado. Para este movimento que tem apoiado os moradores do Talude, este bairro “é a representação do estado de políticas habitacionais deste país”, pelo que deve servir “para que a mudança de paradigma aconteça de uma vez por todas”.