Autárquicas

“Sempre que há eleições o PSD quer discutir as leis da imigração”

30 de setembro 2025 - 11:05

No arranque da campanha para as eleições autárquicas, Fabian Figueiredo foi a Torres Novas acusar o Governo de usar a agenda da extrema-direita para tentar esconder o fracasso das suas políticas para a saúde e habitação.

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Helena Pinto e Fabian Figueiredo no arranque da campanha eleitoral no mercado de Torres Novas
Helena Pinto e Fabian Figueiredo no arranque da campanha eleitoral no mercado de Torres Novas. Foto Esquerda.net

O período oficial da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 12 de outubro arrancou esta terça-feira. O dirigente bloquista Fabian Figueiredo começou o dia em Torres Novas, acompanhado da antiga deputada e vereadora na cidade, Helena Pinto, que considerou “uma candidata com provas dadas e a mais preparada nestas eleições”. Em visita ao mercado, a candidatura bloquista defendeu a isenção de taxas para os comerciantes durante as obras de reabilitação.

“Apresentamos dezenas de candidaturas fortes, Torres Novas é um desses exemplos”, disse Fabian Figueiredo aos jornalistas. Quanto aos objetivos do partido, respondeu que o Bloco “dará o seu contributo para que nestas eleições autárquicas se comece a construir uma alternativa às direitas: uma alternativa solidária, progressista, que responda aos problemas da habitação dos transportes, da saúde”.

“Temos a expectativa de que no dia 12 de outubro as candidaturas do Bloco e as que o Bloco integra terão um bom resultado e ajudem a contribuir para a mudança que o país necessita”, afirmou o dirigente do Bloco.

À mesma hora em que o Parlamento debatia as alterações do Governo ao regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, Fabian Figueiredo começou por lembrar que “PSD e Chega uniram-se no passado para fazer uma lei de estrangeiros cruel” e que “foi bem chumbada pelo Tribunal Constitucional porque violava os mais elementares direitos humanos”.

É que “ao contrário do anunciado, a lei promovia mesmo a imigração irregular”, aponta Fabian Figueiredo, contrapondo que “o que nós precisamos é de leis que criem canais de integração, que as pessoas venham de forma segura e identificada e que cá sejam devidamente acolhidas”.

Quanto às propostas do Governo agora em cima da mesa, considera-as “profundamente erradas porque não resolvem nenhum problema”. E recordou as palavras de Luís Montenegro quando há uns meses afirmava que o reagrupamento familiar era essencial para a integração dos imigrantes. “Isso é verdade e está provado. Hoje mudou de opinião, não porque a realidade tenha mudado, mas porque quer aproveitar-se da agenda populista da extrema-direita para fins eleitorais”, apontou.

“É curioso que sempre que há eleições em Portugal agora, o PSD quer discutir as leis da imigração” em vez de discutir a saúde, “que está um caos”. Por isso, prosseguiu Fabian Figueiredo, “o medo que o Governo e o PSD tentam levantar” serve “para esconder entre outras coisas a catástrofe da gestão da área da saúde, que também se sente aqui no Médio Tejo”.

O dirigente bloquista deixou ainda a garantia de que o partido “voltará hoje na Assembleia da República a mostrar ao país qual é a política migratória que devemos ter: uma política migratória que garante que as pessoas entram de forma regular, que acolhe e integra. Por isso o reagrupamento familiar é essencial”.