Ao fim de duas décadas, as seis salas de cinema do Forum Viseu vão encerrar. A informação foi dada esta quarta-feira pelo Diário de Viseu que sublinha que assim o concelho perde metade das salas destinadas exclusivamente à projeção cinematográfica. Restam os Cinemas NOS do Palácio do Gelo Shopping.
Em comunicado, o Bloco de Esquerda de Viseu manifesta as suas “ sérias preocupações quanto ao futuro da exibição cinematográfica em Viseu”, considerando que já antes as 12 salas de cinema “se revelavam insuficientes para a dimensão da cidade”.
O partido destaca a importância de “reforçar alternativas públicas e independentes, como a sala de Cinema Ícaro, encerrada desde 13 de fevereiro de 2005, que podia desempenhar um papel fundamental na promoção da diversidade cultural e no acesso a uma programação distinta daquela oferecida pelos grandes circuitos comerciais”.
No panorama que traça, o Bloco de Viseu encontra “bons exemplos” no Cinema Avenida, em Coimbra, no Cinema Ideal, em Lisboa, no Batalha Cinema e no Cinema Trindade, no Porto. Todas salas independentes que “beneficiam do apoio e investimento dos respetivos municípios, revitalizando os centros urbanos, formando novos públicos e recuperando espetadores que outrora enchiam as salas de cinema”.
Assim, exige-se a intervenção da Câmara para que o Cinema Ícaro seja “devolvido à cidade”. Recorda-se que em 2019, um movimento de cidadãos em defesa deste cinema recolheu mais de 1200 assinaturas, exigindo ao Município a aquisição e preservação da sala. Na altura, o então presidente da Câmara, Almeida Henriques, “desvalorizou a reabertura”, assinala o comunicado.
Por seu lado, o Bloco reforça que sempre apoiou esta luta, defendendo que este espaço “pelas suas características, localização e simbolismo histórico, deveria ficar disponível para o Cine Clube de Viseu de forma a acolher as suas sessões regulares, mas também aberto a outros agentes culturais”.
Portanto, a proposta é que o espaço do Cinema Ícaro seja adquirido pelo Município e “devolvido à cidade, à sua população e aos seus agentes culturais” porque a Câmara “tem o dever de garantir o acesso à cultura cinematográfica na região”.