Hungria

Aliado de Ventura oferece asilo a corruptos polacos

24 de janeiro 2025 - 14:51

Viktor Orbán tem recebido no seu país responsáveis da extrema-direita polaca que fogem a acusações de corrupção. O governo polaco pretende recorrer à União Europeia para o travar.

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Mateusz Morawiecki, ex-primeiro-ministro polaco, com Orban.
Mateusz Morawiecki, ex-primeiro-ministro polaco de extrema-direita, com Orbán. Foto de Zoltan Mathe/EPA/Lusa.

Vários responsáveis políticos polacos acusados de corrupção estão a procurar refúgio na Hungria, país liderado pelo político de extrema-direita Viktor Orbán.

Apesar do discurso habitual desta área política sobre “corrupção”, o primeiro-ministro húngaro tem-se mostrado conivente com vários acusados deste tipo de crime, desde que sejam de extrema-direita.

Um dos casos, descreve o Social Europe, é o de Marcin Romanowski, antigo vice-ministro da Justiça do governo do partido Lei e Justiça (PiS) da Polónia. Sob este pende a acusação de ter desviado perto de 24,5 milhões de dólares de um fundo público destinado às vítimas de crimes. Um dos seus cúmplices entregou provas às autoridades como telefonemas em que falavam sobre o desvio do dinheiro. Acabou por fugir do país para a Hungria. Face ao mandato de captura e ao alerta da Interpol, Orbán reagiu afirmando que iria dar “asilo político” a quem quer que fosse “perseguido”.

Antes dele, já Daniel Obajtek tinha seguido o mesmo caminho. Este antigo dirigente da Orlen, a maior empresa estatal da Polónia, fugiu para a Hungria apara escapar a consequências judiciais. Quando estava naquele país, integrou as listas do PiS para o Parlamento Europeu. Eleito, ganhou a imunidade que lhe permitiu regressar.

Recorde-se que Orbán já tinha dado asilo ao ex-primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Nikola Gruevski, acusado de corrupção no seu país. E que foi na embaixada deste país que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se refugiu na sequência da investigação à tentativa falhada de golpe de Estado depois de perder as eleições em 2022.

A Polónia planeia agora recorrer à Comissão Europeia invocando o artigo 259 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

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