Brahim Ghali e António Guterres reuniram na sede da ONU em Nova Iorque esta segunda-feira. Em cima da mesa, segundo relata a agência de notícias ECS, estiveram as perspetivas de reativar um processo de paz que continua estagnado. O presidente saharaui e secretário-geral da frente Polisario contestou o silêncio das Nações Unidas face às provocações marroquinas nos territórios saharauis ocupados e instou a ONU a castigar Marrocos pela violação do cessar-fogo em novembro de 2020 em El Guerguerat, que considera ser "uma escalada perigosa que prejudicou os esforços pacíficos das Nações Unidas e agora ameaça a segurança e a estabilidade de toda a região".
Por outro lado, a propósito do plano marroquino de autonomia para a região do Sahara Ocidental, o líder saharaui condenou a introdução nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito de expressões como "realista" ou "solução prática", lidas como uma tentativa de "desviar o Processo de Paz do seu marco jurídico" e de "fortalecer o Estado ocupante a persistir na sua ocupação militar ilegal de partes do nosso território nacional, em flagrante violação da Carta das Nações Unidas e dos princípios do direito internacional".
Ghali afirmou ainda que o povo saharaui fez todo o tipo de concessões e sacrifícios para que o Processo de Paz avance em direção ao seu objetivo final, que é o da autodeterminação e independência do Sahara Ocidental. E reafirmou a disponibilidade para cooperar com a ONU e o seu enviado especial Steffan de Mistura, também presente neste encontro.
Por seu lado, António Guterres reiterou o compromisso da ONU com a autodeterminação do povo saharaui e para a atingir em conformidade com as resoluções das Nações Unidas. E disse ter esperança que os esforços do seu enviado ao Sahara Ocidental consigam acelerar a resolução deste conflito de longa data.
