Em campanha, o presidente estadunidense prometeu deportar um milhão de imigrantes por ano. Um objetivo que não deverá ser alcançado, diz o New York Times, apesar de o ritmo de deportações ter aumentado nos últimos meses, atingindo as 1.500 pessoas por dia na primeira semana de agosto.
EUA
Protestos de Los Angeles alastram a outras cidades, Trump responde com repressão
Desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, a polícia de imigração (ICE) já expulsou dos EUA 180 mil pessoas e a este ritmo poderá atingir as 400 mil até ao final do ano. Os 76 mil milhões de dólares adicionais injetados pelo Presidente no orçamento do ICE deverão servir para aumentar ainda mais a escala de deportações, que no entanto fica ainda aquém dos números registados no último mandato de Barack Obama.
A diferença com as deportações do ex-Presidente é que no mandato de Obama foram expulsas centenas de milhares de pessoas que tinham atravessado a fronteira recentemente, com o ICE a focar-se na captura de pessoas acusadas de crimes. Agora, o ICE prende indiscriminadamente e deporta imigrantes que vivem nos EUA há muitos anos, mesmo que sem antecedentes criminais.
Para ganhar a “corrida” a Obama, a administração Trump tem outros números para apresentar: 320 mil pessoas já deportadas. Mas esta contagem inclui aqueles que são recusados na fronteira e não chega a entrar nos EUA. E enquanto as prisões do ICE de imigrantes com condenações por crimes violentos no passado subiu de 1.100 para 1.900 por mês entre dezembro e junho, as prisões de imigrantes sem antecedentes criminais aumentou 20 vezes no mesmo período.
As táticas usadas pela polícia de imigração têm escandalizado a sociedade e provocado protestos, com rusgas junto aos postos de trabalho, escolas e superfícies comerciais, mas também à saída dos tribunais de imigração, com os juízes a marcarem audiências para regularizar a situação das pessoa e a polícia a prendê-las à saída. levando-as para parte incerta com vista à deportação.