Missão humanitária

Flotilha para Gaza aproxima-se da “zona de alto risco”

29 de setembro 2025 - 16:45

A flotilha humanitária está a sair das águas territoriais gregas e a pouco mais de 350 milhas náuticas de Gaza. Acompanhada por navios militares de Itália e Espanha, o objetivo é “abrir um corredor humanitário”, diz Mariana Mortágua.

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Posição da flotilha às 16h30 de segunda-feira dia 29.
Posição da flotilha às 16h30 de segunda-feira dia 29. Acompanha em tempo real em flotilla-orpin.vercel.app/

“São os momentos finais da nossa viagem antes da chegada a Gaza. A presença de navios militares de vários países mostra que já conseguimos atingir parte dos nossos objetivos. Esta missão pacífica cumpre todos os critérios legais e deve ser protegida de ataques”, afirmou Mariana Mortágua ao início da tarde desta segunda-feira nas redes sociais.

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“Agora falta abrir o corredor humanitário, e é para isso que nos preparamos com a ajuda de mais organizações que se juntaram à flotilha, como o Crescente Vermelho”, acrescentou a coordenadora do Bloco de Esquerda que integra a missão humanitária.

Os últimos dias ficaram marcados pelos ataques dos drones israelitas a vários barcos e a resposta dos governos italiano e espanhol com o envio de navios militares para acompanhar a flotilha na última etapa até Gaza. O governo de Israel insiste que está pronto para intercetar os barcos da flotilha e evitar que o seu cerco à Faixa de Gaza seja furado e a ajuda humanitária consiga chegar à população necessitada.

O efeito dos ataques e os problemas mecânicos obrigaram à saída de algumas embarcações, entre as quais a de bandeira portuguesa que transportava Sofia Aparício, Miguel Duarte e Mariana Mortágua e a direção da flotilha. Os ocupantes do “Família” foram distribuídos por outras embarcações e a flotilha foi reforçada com a entrada de barcos gregos, somando agora 44 embarcações.

O aumento da pressão política em apoio à flotilha e pelo fim do genocídio, bem como o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de vários países e o êxodo dos delegados na Assembleia Geral da ONU no momento em que Benjamin Netanyahu subiu ao palanque para exaltar o genocídio em curso tem animado os ativistas a bordo desta missão, que apelam à continuação da pressão sobre os governos.

Esta segunda-feira, a Global Sumud Flotilla fez saber que “daqui por dois dias, a flotilha irá entrar na zona de alto risco, onde a vigilância global e a solidariedade serão mais necessárias”. Os ativistas dizem-se preparados e determinados e são acompanhados agora pelo barco Life Support, da ONG Emergency, que pode servir de clínica médica flutuante para acorrer a emergências médicas. Também esta segunda-feira o Crescente Vermelho, com apoio da Marinha turca, fez chegar aos barcos mais ajuda humanitária destinada a Gaza.