O pianista russo Pavel Kushnir morreu aos 39 anos numa prisão russa em Birobidzhan no dia 28 de julho, depois de começar uma greve de fome. Militante contra a guerra na Ucrânia, foi preso em Maio por ter apelado à desobediência em vídeos divulgados no Youtube.
A sua morte foi divulgada por órgãos de comunicação social russos na sexta-feira passada, mas só hoje foi confirmada pela imprensa internacional. Não é claro há quanto tempo o pianista fazia greve de fome.
Em maio de 2024, um canal de Telegram que agrega notícias da região de Birobiyan anunciou a prisão de Kushnir sob acusação de “incitação ao terrorismo”.
Kushnir, que era solista da Filarmónica de Birobiyan desde 2023, estava detido no leste russo. A sua mãe, Irina Levina, disse que foi informada por um investigador dos Serviços Federais de Segurança da sua morte. Segundo Irina, Kushnir estaria a receber soro fisiológico devido à greve de fome, mas “aparentemente não foi suficiente” para o salvar.
O porta-voz dos negócios estrangeiros da União Europeia, Peter Stano, denunciou na rede social X a “repressão recorrente” do Governo russo, e apelou a que a Rússia “respeite a sua constituição, solte os prisioneiros e pare a repressão contra ativistas anti-guerra”.
Foi a segunda morte de uma voz crítica da guerra em prisões russas no mês de julho. Oleksandr Ishchenko morreu no dia 31, em Rostov-on-Don, no sul da Rússia.