Habitação

“Rendas moderadas de 2.300 euros? Temos um Governo sem nenhuma noção”

28 de setembro 2025 - 12:59

Catarina Martins participou este domingo numa iniciativa da coligação “Construir o Futuro em Loures” e elogiou o facto de haver partidos que se juntam “para não deixar que culpemos os mais pobres por uma crise que é de quem está verdadeiramente a assaltar os bolsos de quem trabalha com o preço da habitação”.

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Catarina Martins em arruada em Moscavide
Catarina Martins participou na arruada em Moscavide da coligação

A campanha para as autárquicas contou este domingo com a presença da eurodeputada bloquista e candidata à Presidência da República. Catarina Martins participou numa arruada em Moscavide com candidatos e apoiantes da coligação que junta Bloco, Livre e PAN em Loures, e falou do regresso dos bairros de barracas neste e noutros concelhos da Grande Lisboa.

O tema da habitação é a grande prioridade desta campanha, explicou o candidato à Câmara, Luís Sousa, lembrando que “infelizmente Loures tem sido notícia sobre a habitação pelos piores motivos”. Por isso a coligação que encabeça traz uma alternativa consubstanciada numa política que não se faça através da violência, mas sim “uma política a pensar nas pessoas e para resolver os problemas da habitação de todos, dos mais pobres mas também da classe média porque neste momento a classe média não pode viver em Loures”.

Comentando uma das notícias que faz manchete na imprensa de domingo, sobre o regresso dos bairros de barracas à Grande Lisboa, Catarina  Martins criticou “quem tente culpar quem não tem dinheiro para ter uma casa pela crise da habitação e pelas barracas, quando na verdade o problema está no preço da habitação”, acrescentando que a agravar o problema está “um Governo sem nenhuma noção, que nos veio dizer que rendas de 2.300 euros podem ser rendas moderadas”. Em seguida questionou: “que país é que o Governo pensa que está a governar?”, respondendo que só num país com salário médio de 6.000 euros é que 2.300 euros podia ser considerado uma “renda moderada”.

“Neste absurdo da política”, prosseguiu Catarina, “é muito importante que apareça a sensatez de propostas consistentes e soluções para a vida das pessoas”. E Loures é um bom exemplo, com partidos diferentes a juntarem-se “para dar a resposta e para não deixar que culpemos os mais pobres por uma crise que é de quem está verdadeiramente a assaltar os bolsos de quem trabalha com o preço da habitação, é o exemplo de que o país precisa”.

Questionada pelos jornalistas sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que adiou para depois das autárquicas uma avaliação do estado do acesso á Saúde, Catarina respondeu que “o problema não é se a avaliação é em tempo de autárquicas, o problema é que até agora o Presidente não fez essa avaliação. Onde é que esteve até agora? Só se lembrou em altura de autárquicas que era preciso avaliar o estado do acesso à saúde e agora não pode porque estamos em autárquicas? Isto é um absurdo”.

“Compreendo que os partidos que estão no Governo são da mesma família política do Presidente da República, mas a Presidência da República tem de ser muito mais do que isso. Não pode ser uma aliança com partidos, tem de ser uma aliança com o país”, contrapôs a candidata à Presidência da República.