Os trabalhadores do comité negociador sindical da Volkswagen alemã votaram unanimemente esta sexta-feira por uma greve no início de dezembro depois de terem falhado as negociações com a empresa. O grande fabricante de automóveis pretende fechar três fábricas no país, despedir trabalhadores e cortar salários em 10%, alegando como causa a concorrência chinesa e a quebra no consumo europeu.
O sindicato IG Metall não especifica desde já a data de início da greve nem a sua forma mas o acordo de “paz social” que impedia a realização de greves termina no próximo dia 30 de novembro. Em seguida, no próximo dia 9 de dezembro, as negociações serão retomadas.
Na quinta-feira, em Wolfsburgo, onde fica a sede da empresa, cerca de 7.000 trabalhadores manifestaram-se.
À Reuters, o seu negociador principal, Thorsten Groeger, afirmou que os representantes dos trabalhadores tinham apresentado propostas abrangentes sobre a empresa e que agora estaria nas mãos desta tomar decisões. Segundo o dirigente sindical, a empresa “mantém aberta a possibilidade de fechar fábricas e de despedimentos em massa”. A continuar, haverá “uma disputa laboral de uma intensidade a que o país não assistiu em muito tempo”.
Não é para menos. A cumprir-se a ameaça de encerramento de fábricas, seria a primeira vez na história do maior fabricante de automóveis da Europa que isto aconteceria na Alemanha.
O IG Metall propõe-se aceitar uma redução de salários em 2025 e 2026 de forma a criar um fundo de cerca de 1,5 mil milhões de euros. Em troca pretendia-se que a administração não fechasse as três fábricas em questão. Ainda assim, a empresa recusou.