Alemanha

Agressões a requerentes de asilo e ataques a residências estão a aumentar na capital alemã. Assim como os crimes da extrema-direita em geral.

O regime terminava este ano mas o novo acordo de governo do centrão vai estendê-lo por quatro anos. Promete-se controlo da especulação e imposição de multas aos senhorios prevaricadores. O próximo executivo diz ainda que vai acelerar a construção de casas que serão depois arrendadas a custos controlados.

As autoridades de Berlim querem deportar dois cidadãos irlandeses, um polaco e um estadunidense pela sua participação em manifestações contra o genocídio em Gaza. Nenhum foi condenado por qualquer crime.
 

O IG Metall fala num “erro estratégico” que compromete a estratégia tecnológica da empresa e choca com os nove mil milhões de euros de lucro líquido em 2024, exigindo pelo contrário maior formação para os trabalhadores.

Mariana Mortágua sublinhou que há sinais de esperança na campanha corajosa e no resultado eleitoral da esquerda alemã. No terceiro aniversário da invasão da Ucrânia, o Bloco defende que a UE deve ter autonomia estratégica e defender negociações sob a égide da ONU.

O partido da esquerda quase ficou à porta do Bundestag nas eleições de 2021. Nos anos seguintes tornou-se palco de uma guerra de fações e foi somando os seus piores resultados em eleições regionais. Mas nos últimos meses conseguiu inverter a trajetória até duplicar a votação este domingo.
 

Resultados finais confirmam derrocada do SPD e vitória da direita e extrema-direita. Partido da Esquerda quase duplica votação face a 2021, atingindo os 8,8% e abrindo caminho à oposição de esquerda.

À beira das eleições, as principais forças políticas negam o carácter estrutural da crise e não apresentam soluções convincentes. Não é de admirar a desilusão com a política ou o crescimento da extrema-direita, tal como se passou com o eleitorado dos EUA em 2024.

Romaric Godin

Em fevereiro de 1525, os camponeses da Alemanha revoltaram-se. Enquanto construíam um movimento de massas debaixo dos narizes dos senhores feudais, quando as autoridades lhes perguntavam o que estavam a fazer diziam que estavam a ir buscar bolos de entrudo. Esta revolta ainda é relevante atualmente.

Martin Empson 

Enquanto a AfD cresce nas sondagens, soube-se que os crimes cometidos pela extrema-direita naquele país aumentaram fortemente. Petra Pau, do Die Linke, considera que se trata de uma “tendência ascendente assustadora” e critica que “muito pouco se fez” ao longo dos últimos tempos para combater isto.

A CDU quer fechar as fronteiras alemãs e chama aos requerentes de asilo “bombas-relógio”. A apoiar a sua proposta estão liberais e o partido de Sahra Wagenknecht. De movimentos sociais ouve-se que são propostas contrárias aos direitos humanos. Só passarão com os votos da extrema-direita, o que coloca em causa o cordão sanitário que isolava até agora a AfD.

No ano passado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão definiu diretrizes para uma política externa “feminista”, centrada na defesa das mulheres marginalizadas. Hoje, em Gaza, este mesmo ministério está a armar a mais mortífera guerra contra mulheres e raparigas deste século.

Magdalena Berger

Há neste momento na Alemanha purgas de pessoas que estão política e ideologicamente desalinhadas com a ideia alemã do que deve ser um judeu e do que é Israel. E nem os judeus escapam delas. É o que nos contam o jornalista Martin Gak e o investigador Michael Sappir.

Nelson Pereira

Quando se aproxima o centenário da Escola de Artes e Ofícios Bauhaus, a extrema-direita volta a questioná-la, tal como o fizeram os nazis nos anos 1930, como parte da sua batalha cultural que visa um regresso ao conservadorismo mais reacionário.

Eduardo Lucita

O Governo da coligação semáforo - SPD, liberais e Verdes - encontrou o sinal vermelho na limite da dívida constitucionalizado de 0,35% e não conseguiu cumprir as suas promessas nem estancar a crise económica que se aprofunda no país.

Lukas Scholle

O anúncio dos despedimentos tinha sido na sexta. Esta segunda, avança com o corte no horário de trabalho e de salário. A filial portuguesa passou, em poucos dias, de garantir que não haveria despedimentos para dizer que “é muito cedo” para dar informações e que há “negociações” com os sindicatos.

O maior construtor automóvel europeu planeia fechar três fábricas na Alemanha, cortar 10% os salários e despedir em massa. Na quinta-feira, milhares de trabalhadores manifestaram-se. No dia a seguir, ficou decidido partir para a greve.

O desastre que a Volkswagen e os seus trabalhadores estão a viver atualmente é também o fracasso do modelo normalmente traduzido por “cogestão” - mas que significa mais literalmente “co-determinação” - que está no cerne do compromisso entre capital e trabalho na Alemanha. Os controlos e equilíbrios falharam e esta é uma lição para a esquerda ocidental.

Romaric Godin

Depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã dos Verdes ter justificado o massacre de civis palestinianos, o seu governo autorizou que o cargueiro Kathrin navegue com bandeira da Alemanha. 

Baerbock foi ao Parlamento alemão dizer que os civis palestinianos “perdem o estatuto protegido” só por Israel afirmar que escondem elementos do Hamas. Francesca Albanese diz que é uma forma de “justificar os massacres que Israel está a cometer em Gaza e noutros locais”.