O navio que transporta explosivos para os militares israelitas continua fundeado ao largo de Malta, com vários países a não permitirem a sua entrada em portos nacionais, receando vir a ser responsabilizados por cumplicidade com o genocídio por parte da justiça internacional. O Kathrin demorou 18 dias a tirar o pavilhão português e hasteia agora a bandeira alemã, segundo refere o registo nos sites que monitorizam a marinha mercante.
O movimento internacional pelo Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel tem organizado a campanha para impedir este navio de descarregar os explosivos com destino a Israel e diz agora que esta decisão por parte de Berlim é “mais uma prova irrefutável da estreita parceria da Alemanha com Israel no genocídio”.
O governo alemão tem-se destacado no apoio aos bombardeamentos israelitas e na repressão aos seus cidadãos que mostram solidariedade com a Palestina. Esta semana o chanceler Olaf Scholz prometeu continuar a enviar armas para o exército sionista e a ministra Annalena Baerbock, dos Verdes, veio justificar os ataques do exército israelita contra civis em Gaza, afirmando no Bundestag que “auto-defesa significa não apenas atacar terroristas mas destruí-los” e que “quando os terroristas do Hamas se escondem pro detrás de pessoas, de escolas… os locais civis perdem o seu estatuto protegido porque os terroristas abusam dele”.
As declarações da chefe da diplomacia alemã mereceram críticas da relatora especial da ONU para os territórios palestinianos ocupados, que desafiou a Annalena Baerbock a fornecer provas do que afirma. Francesca Albanese alertou ainda que o apoio da Alemanha a “um Estado que comete crimes internacionais é uma escolha política mas também tem implicações jurídicas”, apelando a “que a justiça prevaleça onde a política falhou de forma vergonhosa”.