Lutas

Contra o pacote laboral: marcha nacional em novembro, greve geral à vista

07 de outubro 2025 - 14:17

Líder da CGTP diz que avançará com uma greve geral caso o governo não recue “em toda a linha” num pacote laboral marcado pela normalização da precariedade, a desregulação dos horários de trabalho, a facilitação e embaratecimento dos despedimentos, o ataque à contratação coletiva, à organização dos trabalhadores e ao direito à greve.

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Jornada Nacional de Luta contra o pacote laboral a 20 de Setembro de 2025
Jornada Nacional de Luta contra o pacote laboral a 20 de Setembro de 2025

Na tarde desta quarta-feira, a CGTP organiza uma marcha nacional contra o pacote laboral em Lisboa. O ponto de encontro dos trabalhadores do setor privado será o Saldanha. O dos trabalhadores da Administração Pública será as Amoreiras. Ambos às 14.30.

Na manifestação da Fenprof que assinalou este sábado o dia internacional do professor, o secretário-geral da central sindical, Tiago Oliveira, afirmou que “tivemos uma grande jornada de luta no passado dia 20 de setembro. Já está marcada uma grande marcha nacional para o dia 08 de novembro em Lisboa e aquilo que a CGTP disse desde o início confirma-se: nenhum patamar de luta está fora de questão, tudo está em cima da mesa. E se o Governo continuar a querer seguir o caminho de manter este projeto em cima da mesa, a greve geral está em cima da mesa como forma de luta”.

Esta avançará, sugeriu, caso o executivo de direita não recue “em toda a linha” no pacote laboral.

A proposta em cima da mesa, clarifica, “não serve aos trabalhadores”. O dirigente sindical pensa que a reforma laboral inclui “um conjunto de 100 medidas todas elas profundamente penalizadoras para o mundo do trabalho” e que “assentam em quatro ou cinco pontos” problemáticos.

Entre eles está a “normalização da precariedade”, ao possibilitar que um jovem trabalhador que ingresse nesta altura no mercado de trabalho tenha “uma vida ativa, toda ela, com vínculos precários”. A reforma assenta ainda na “desregulação dos horários de trabalho com a implementação do banco de horas individual”, “a facilitação dos despedimentos”, o “embaratecimento” destes e “o ataque à contratação coletiva”.

A CGTP critica ainda os “ataques” ao direito à greve contidos na proposta e a “impossibilidade ou limitação dos sindicatos entrarem nos locais de trabalho” que mostra, afirma-se, que se trata de “atacar o direito de quem trabalha, ao mesmo tempo tenta limitar a intervenção dos sindicatos, a organização dos trabalhadores e a sua forma de luta”.

O governo vai alargar os setores de atividade que estão abrangidos pela necessidade de serviços mínimos em caso de greve. E, questionado durante a manifestação dos professores sobre o facto de as escolas estarem incluídas, Tiago Oliveira retorquiu que muitas delas “já funcionam diariamente com os serviços mínimos”.  E que isto não se passa só na educação: “Faltam professores, faltam auxiliares, faltam médicos, faltam enfermeiros, faltam assistentes operacionais”.

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