Autárquicas 2025

Esquerda quer eleger autarcas que “ponham o dedo na ferida” na margem sul

01 de outubro 2025 - 14:54

Bloco e Livre estão coligados em três concelhos da margem sul: Almada, Barreiro e Seixal. Esta quarta-feira, Joana Mortágua e Rui Tavares estiveram com estas candidaturas.

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Joana Mortágua, Rui Tavares e os cabeças de lista da coligação Bloco/Livre no Seixal.
Joana Mortágua, Rui Tavares e os cabeças de lista da coligação Bloco/Livre no Seixal.

Bloco e Livre juntaram-se esta quarta-feira numa visita de barco pela Baía do Seixal e Estuário do Tejo que incluiu uma passagem pela área projetada da ponte pedonal e ciclável. No Seixal, os dois partidos integram a Coligação Liberdade que candidata como cabeças de lista Nurin Mirzan, para a Câmara, e Mário André Macedo, para a Assembleia Municipal. E em mais dois concelhos da margem sul, Barreiro, com Esquerda Livre no Barreiro, e Almada com Almada em Comum, o mesmo acontece.

Joana Mortágua destacou que estas três coligações na margem sul entre Bloco de Esquerda e Livre são “a oportunidade de eleger vereadores, deputados municipais, eleitos de freguesia da esquerda progressista que ponham o dedo na ferida”.

Para a atual vereadora bloquista em Almada, isso quer dizer fazer “exatamente o que nós fizemos hoje” e “perguntar aos autarcas do Seixal e do Barreiro porque é que falharam em construir a ponte que está prometida há tantos anos à população entre o Barreiro e o Seixal”, “se estão de acordo com o Luís Montenegro de que 2.300 euros é uma renda moderada em Portugal e se não estão, se vão aprovar as medidas destas coligações do Bloco e do Livre para baixar o preço das casas, para aumentar a construção pública, para ter no direito à habitação um eixo essencial destas candidaturas”.

A dirigente bloquista criticou o processo de expulsão de populações das zonas ribeirinhas da margem sul para mais longe “para que o negócio imobiliário possa especular sobre estas regiões que são tão apetitosas pela sua riqueza”.

Para Joana Mortágua, pelo contrário, “é preciso promover circuitos de economia local e não se faz isso sem mobilidade, sem direito à habitação, sem bons serviços públicos”, sendo necessário “quebrar a dependência em relação a Lisboa e ter uma margem sul que comunica entre si”.

Rui Tavares, por seu lado, considerou que estas candidaturas constituem “um movimento pela qualidade de vida, pela opção das pessoas poderem viver perto onde trabalham, de onde estudam”. Também ele realçou que é preciso responder à “verdadeira emergência” que é a crise para a habitação e, para além disso, destacou o papel do Estuário do Tejo como “coluna vertebral da região na qual estas candidaturas se inserem e que está subaproveitada”.

O porta-voz do Livre acrescentou que é necessário “criar um modelo de desenvolvimento que seja mais harmonioso, mais participado e que distribua melhor a riqueza por toda a gente”.

Sobre estas coligações disse ainda que “é preciso dar o sinal de que o campo progressista é capaz de ter aquele sentido de responsabilidade, de estar à altura dos acontecimentos históricos que estamos a viver, para dar resposta às pessoas que querem sentir essa esperança, que querem sentir que somos capazes de superar o que às vezes são divisões ou sectarismos tradicionais”.