A Global Sumud Flotilla está a ser intercetada pelos navios de guerra de Israel a algumas dezenas de milhas náuticas da Faixa de Gaza. Ao início da noite de quarta-feira, a marinha israelita está a rodear as embarcações, cortar-lhes as comunicações e a assumir o controlo dos barcos. Uma vez mais, Israel intercetou navios em águas internacionais com ajuda humanitária organizada pela sociedade civil de vários países.
Por volta das 19h30, hora portuguesa, Mariana Mortágua confirmou que o Alma, uma das principais embarcações, já tinha sido invadido pelos militares. A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve em direto no Instagram ao início da noite a bordo do barco Adara, quando todos os ativistas estavam já em posição de protocolo de segurança, com coletes salva-vidas e sem nenhum objeto nas mãos que possa ser confundido como uma ameaça. Depois de o radar ter mostrado a presença de vários navios não-identificados, a presença destes foi detetada junto a flotilha, com várias embarcações a perderem as comunicações durante algum tempo.
“Se neste momento temos navios à nossa volta e não bombas, é porque entretanto houve uma pressão social e política que faz com que Israel não possa bombardear-nos sem consequências políticas, como fazem com os palestinianos”, afirmou a coordenadora do Bloco, apelando a que essa pressão se mantenha após a detenção dos ativistas a bordo da flotilha. Cerca das 19h50, Mariana Mortágua voltou a transmitir por alguns minutos a abordagem do navio israelita ao seu barco, quando os ocupantes já se encontravam de mãos no ar, prestes a serem detidos.
Apesar da instruções claras para assumirem uma postura não-violenta e procurarem evitar e desescalar qualquer conflito com os militares, o simples facto de serem mais de quarenta embarcações deverá dificultar a tarefa dos soldados sionistas ao longo da noite para conseguirem apoderar-se da maior flotilha humanitária alguma vez realizada com destino a Gaza.