O presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano, disse à Lusa que este pré-aviso foi emitido antes da reunião com responsáveis do Ministério do Mar, tendo reafirmando a intenção de encetar negociações com os operadores do Porto de Lisboa “sem condições”.
O sindicalista acrescentou que estão em curso negociações para fixar a data da primeira reunião com os operadores”.
As negociações para alcançar um novo contrato colectivo de trabalho para o Porto de Lisboa foram interrompidas em meados de Março, após 36 reuniões que decorreram durante um ano.
Refira-se que, desde que a greve se iniciou a 14 de Novembro, dia em que caducou o contrato colectivo de trabalho em vigor, os estivadores trabalharam todos os dias, uma vez que o protesto só se concretiza quando e se os empregadores contratarem “trabalhadores estranhos à profissão”, que não integrassem o contingente efectivo e eventual a 15 de Setembro.
Sem contrato colectivo de trabalho, o Sindicato dos Estivadores alega que os operadores se sentirão à vontade para “substituir os estivadores profissionais por trabalhadores precários de 500 euros”.
António Mariano afirmou recentemente à Lusa que estavam a decorrer acções de formação para habilitar “mão-de-obra desnecessária ao sector”, com o intuito de “aniquilar os atuais profissionais da classe” e “aumentar os lucros dos grandes grupos económicos”, referindo-se ao negócio de venda da Tertir, do grupo Mota-Engil, ao grupo turco Yildirim.
O pré-aviso de greve abrange um período que vai de 7 a 31 de Janeiro e engloba os portos de Setúbal e da Figueira da Foz para abranger cargas ou navios que possam vir a ser desviados do Porto de Lisboa.