Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) escreve que “a generalização dos conflitos militares, um pouco por todo o mundo, está a banalizar o sofrimento humano e, pior ainda, está a normalizar a ideia de que o terreno médico e hospitalar pode ser usado como palco da guerra”.
“Mariupol e Gaza, na Ucrânia e na Palestina, são os casos mais recentes, mas na curta vida do século XXI já testemunhamos a brutalidade da guerra no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Geórgia, na Líbia, na Síria, no Iémen, na Arábia Saudita, na Tunísia, na Turquia, no Níger, no Azerbaijão, no Uganda, na República Democrática do Congo, nos Camarões, no Paquistão e na Etiópia”, lembra a FNAM.
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De acordo com a estrutura sindical, “no Hospital Pediátrico de Mariupol, no Oblast de Donetsk, e recentemente no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, são dois exemplos que não devíamos nomear e que não deviam ter acontecido, à luz de todas as Convenções que colocam limites à barbaridade da guerra”.
A FNAM, identificando-se como “parte de um sindicalismo humanista, repudia os acontecimentos, junta a sua voz aos muitos médicos que, por todo o mundo, têm denunciado a guerra e apelado ao cessar-fogo, e solidariza-se com os colegas que, mesmo transformados em alvos, continuam a fazer o seu trabalho em condições inimagináveis”.
A estrutura sindical soma a sua voz “a todos os que têm pedido às organizações internacionais e aos seus governos que abandonem a retórica que alimenta a beligerância, e juntamos a nossa força, mesmo que limitada, aos que lutam para que um mundo, sem o terror da guerra, seja possível”.