Extrema-direita

Governo vai ter de responder no Parlamento sobre aumento de violência da extrema‑direita

18 de junho 2025 - 14:12

O Bloco anunciou que vai chamar ainda o diretor da PJ. Mariana Mortágua julga que “esta ameaça à segurança interna tem de ser levada a sério” porque “há um processo de radicalização de jovens”.

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Ministra da Administração Interna e outros membros do Governo durante a discussão do programa do Governo.
Ministra da Administração Interna e outros membros do Governo durante a discussão do programa do Governo. Foto de JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA.

O Bloco de Esquerda vai chamar ao Parlamento Maria Lúcia Amaral, ministra da Administração Interna, e Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária, por causa dos casos de violência causados recentemente por diversos grupos de extrema-direita.

Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Mariana Mortágua destacou que estão em causa “ameaças contra a democracia e liberdade dos cidadãos” e que é “este assunto é demasiado importante para ser ignorado”.

O partido considera que da parte quer do primeiro-ministro Luís Montenegro, quer do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, há uma “sistemática desvalorização das ameaças à segurança vindas por parte de grupos de extrema-direita”, alguns deles “classificados como grupos terroristas internacionalmente”. Prova desta desvalorização seria também a retirada do capítulo do Relatório Anual de Segurança Interna relativo a esses grupos.

Para além disso, Mariana Mortágua considera que “a extrema-direita está a crescer” e que “esta ameaça à segurança interna tem de ser levada a sério”. Até porque “há um processo de radicalização de jovens”. A presença da ministra no Parlamento servirá para olhar para o futuro e perceber “como é que é possível combater a presença destes grupos armados” e à luz da “informação de que há uma infiltração destes grupos de extrema-direita, considerados terroristas, dentro das forças de segurança e que usam as forças de segurança como um espaço de recrutamento”.

Tudo isto se passa, reitera, num quadro em que está em funções “o governo mais à direita que Portugal teve nos anos de democracia” e que se prepara para ceder em “toda a linha ao radicalismo dos liberais para proteger os mais ricos” e ao “extremismo do Chega para atacar os mais frágeis”.

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