Presidenciais 2026

Mesa Nacional do Bloco aprova apoio a Catarina Martins

21 de setembro 2025 - 14:22

O partido define a sua candidatura presidencial como indispensável para rejeitar “políticas de ódio e exploração que nos arrastam para a saída neofascista”. Na resolução aprovada, analisa-se deriva à direita do governo, a sua incapacidade na abertura do ano letivo e defende-se embargo de armas, sanções e suspensão de acordos de cooperação com Israel.

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Fórum Socialismo 2025.
Fórum Socialismo 2025. Foto de Rafael Medeiros.

Na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda neste domingo foi aprovado o apoio à candidatura presidencial de Catarina Martins. Na resolução votada considera-se “indispensável” a presença nestas eleições de uma alternativa mobilizadora que dê “corpo à garantia constitucional de um Estado social eficiente, tal como à rejeição de todo o militarismo” e seja “aberta e empenhada num país que seja a comunidade de quem nele vive, rejeitando as políticas de ódio e exploração que nos arrastam para a saída neofascista”.

A direção do Bloco esclarece que esta decisão se segue à posição a favor de “uma candidatura de convergência ampla” para a qual “fez todas as diligências ao seu alcance” mas cujo “caminho não foi viabilizado por pessoa independente que o representasse”.

Palestina: embargo à venda de armas, sanções e suspensão de acordos de cooperação

No mesmo documento, o partido saúda o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal, mas adverte que “sem a criação de condições objetivas que garantam a viabilidade de um Estado palestiniano, obstaculizada de modo persistente pelas políticas do Governo de Israel – designadamente pela expansão continuada de colonatos –, este gesto diplomático reveste-se de caráter eminentemente simbólico”.

Sobre este tema criticam-se ainda os governos ocidentais que “continuam a fornecer armas e a recusar sanções a Israel, reprimindo nos seus países os movimentos de solidariedade com a Palestina”. Defende-se assim “a imposição de um embargo total de vendas de armas a Israel, a aplicação de sanções aos responsáveis políticos e militares e a suspensão imediata de todos os acordos de cooperação, incluindo os estabelecidos no âmbito da União Europeia”.

Sublinha-se ainda “o papel determinante para assegurar o acesso de ajuda vital e denunciar, junto da comunidade internacional, o cerco que agrava o sofrimento da população de Gaza” da Global Sumud Flotilla.

Deriva à direita do governo

Na sua análise da situação política, a direção do Bloco destaca a “acelerada deriva à direita do governo” com o primeiro-ministro a abrir a negociação ao Chega, enquanto o PS “ficou sozinho à espera do bloco central e é levado agora a assumir uma posição mais ambígua”. Exemplos desta deriva à direita são as leis de imigração desumanas “aplaudidas por Ventura como suas”, o pacote laboral “repudiado até pelos sindicalistas do PSD”, a redução do imposto sobre os lucros das empresas, o aumento das propinas, a facilitação do aumento das rendas entre outras.

Face a isto, o Bloco quer “contribuir para a unidade na ação com CGTP, UGT e sindicatos independentes, bem como na articulação com outros movimentos sociais”.

Abertura do ano letivo mostra incapacidade da direita

Numa altura de balanço do arranque do ano letivo, o Bloco diz que este voltou a ser marcado “pela tentativa do governo de disfarçar a sua incapacidade para resolver os problemas estruturais da Escola Pública”. Salienta-se a falta de professores e critica-se a ausência de medidas para enfrentar o envelhecimento da classe docente, atrair novos profissionais para a carreira e garantir a profissionalização dos jovens licenciados que estão a dar aulas sem formação adequada.

No meio disto, há, porém, uma “notícia positiva”que resulta de uma proposta do Bloco de Esquerda aprovada na Assembleia da República: o governo foi obrigado a atribuir um suplemento a todos os professores deslocados, sem qualquer tipo de discriminação.

No que diz respeito ao Ensino Superior critica-se a insistência no aumento das propinas e a retoma de uma proposta de alteração o modelo de financiamento que transfere o peso para os estudantes e suas famílias. Para o Bloco, esta estratégia “promove a elitização do ensino superior e abre caminho à sua privatização”.

Empenho nas autárquicas

No que diz respeito às autárquicas, o Bloco vinca o empenho dos “milhares de aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda e candidatos independentes foram indicados pelo partido em candidaturas a órgãos autárquicos de 85 municípios, em listas próprias ou coligações”. A propósito destas, a Mesa Nacional do partido “congratula-se com os resultados dos esforços de aproximação e convergência que permitiram este conjunto de candidaturas”.