O movimento de solidariedade com a Palestina voltou a sair às ruas de Lisboa este sábado num desfile entre o Martim Moniz e o Rossio. Keffiyehs, bandeiras, cartazes exigiam desta vez, para além da liberdade para a Palestina, de sanções a Israel e do fim do genocídio, também a libertação dos ativistas da flotilha humanitária para Gaza, sequestrados ilegalmente por Israel.
Em declarações à imprensa, Sandra Machado, uma das organizadoras da ação, fez um “balanço muito positivo” do que se passou por se ter conseguido, depois das manifestações da passada quinta-feira em várias cidades do país, reunir outra vez “milhares e milhares de pessoas em protesto contra o que Israel está a fazer neste momento na Palestina”
Para além do genocídio, a ativista criticou também “a continuação da detenção ilegal” dos ativistas da flotilha e, questionada sobre a passagem de caças norte-americanos pela Base das Lajes com destino a Israel, considerou que “é totalmente inaceitável que o governo português facilite logisticamente o genocídio que está a acontecer”.
Portugueses em condições de detenção degradantes, cônsul português não foi autorizado a contactá-los
O dirigente do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, divulgou a informação de que o cônsul português em Israel “não foi autorizado a contactar os cidadãos portugueses” detidos “injustamente”
Acrescentou que estes “foram mantidos sem água, sem alimentos, em condições de detenção degradantes”.
Para ele, “se a diplomacia turca e italiana conseguiu libertar os seus cidadãos, nós queremos acreditar que os esforços da diplomacia portuguesa levem ao mesmo resultado”.
Milhares enchem neste momento as ruas de Lisboa para exigir liberdade. Liberdade para os participantes da Flotilha Humanitária ilegalmente detidos por forças israelitas. Liberdade para o povo da Palestina. pic.twitter.com/x7Iq7HAxBz
— Bloco de Esquerda (@BlocoDeEsquerda) October 4, 2025
Governo deve garantir tratamento digno e libertação, diz Catarina Martins
Também a candidata presidencial Catarina Martins notou que “cidadãos de outros países já estão a sair de lá” e que “os cidadãos portugueses continuam detidos e nós não temos nenhuma notícia sobre isso”. Deixou assim o apelo ao Governo para “agir para garantir o tratamento digno das pessoas portuguesas que foram detidas de forma ilegal”. Sublinhou que “quem lá estava, estava numa missão humanitária” e que “Portugal acredita no direito internacional e humanitário”, pelo que deve sentir-se “obrigado pelo direito internacional e humanitário e exigir que Israel liberte imediatamente todos os detidos”.