Solidariedade com a Flotilha

Milhares em Lisboa exigem: libertação já!

04 de outubro 2025 - 18:14

As palavras de ordem por uma Palestina livre e pelo fim do genocídio em Gaza cruzaram-se este sábado com a exigência da libertação dos ativistas da flotilha humanitária para Gaza, quatro dos quais são portugueses. Fabian Figueiredo denunciou as “condições degradantes” da detenção e informou que o cônsul português não foi hoje autorizado a contactá-los.

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Manifestação pela Palestina este sábado em Lisboa.
Manifestação pela Palestina este sábado em Lisboa.

O movimento de solidariedade com a Palestina voltou a sair às ruas de Lisboa este sábado num desfile entre o Martim Moniz e o Rossio. Keffiyehs, bandeiras, cartazes exigiam desta vez, para além da liberdade para a Palestina, de sanções a Israel e do fim do genocídio, também a libertação dos ativistas da flotilha humanitária para Gaza, sequestrados ilegalmente por Israel.

Em declarações à imprensa, Sandra Machado, uma das organizadoras da ação, fez um “balanço muito positivo” do que se passou por se ter conseguido, depois das manifestações da passada quinta-feira em várias cidades do país, reunir outra vez “milhares e milhares de pessoas em protesto contra o que Israel está a fazer neste momento na Palestina”

Para além do genocídio, a ativista criticou também “a continuação da detenção ilegal” dos ativistas da flotilha e, questionada sobre a passagem de caças norte-americanos pela Base das Lajes com destino a Israel, considerou que “é totalmente inaceitável que o governo português facilite logisticamente o genocídio que está a acontecer”.

Portugueses em condições de detenção degradantes, cônsul português não foi autorizado a contactá-los

O dirigente do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, divulgou a informação de que o cônsul português em Israel “não foi autorizado a contactar os cidadãos portugueses” detidos “injustamente”

Acrescentou que estes “foram mantidos sem água, sem alimentos, em condições de detenção degradantes”.

Para ele, “se a diplomacia turca e italiana conseguiu libertar os seus cidadãos, nós queremos acreditar que os esforços da diplomacia portuguesa levem ao mesmo resultado”.

Governo deve garantir tratamento digno e libertação, diz Catarina Martins

Também a candidata presidencial Catarina Martins notou que “cidadãos de outros países já estão a sair de lá” e que “os cidadãos portugueses continuam detidos e nós não temos nenhuma notícia sobre isso”. Deixou assim o apelo ao Governo para “agir para garantir o tratamento digno das pessoas portuguesas que foram detidas de forma ilegal”. Sublinhou que “quem lá estava, estava numa missão humanitária” e que “Portugal acredita no direito internacional e humanitário”, pelo que deve sentir-se “obrigado pelo direito internacional e humanitário e exigir que Israel liberte imediatamente todos os detidos”.