Offshore da Madeira: De 3.000 empresas, 2.930 não pagaram impostos em 2009

03 de abril 2011 - 16:13

“Apesar de todas juntas terem tido proventos superiores a 18 mil milhões de euros, as 51 que pagaram impostos corresponde a 1,7% do total das empresas sediadas no CINM”, denunciou Roberto Almada, coordenador do Bloco Madeira, que defendeu o fim do “paraíso fiscal”.

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Roberto Almada defendeu a necessidade de apostar na Zona Franca Industrial e acabar com a “pouca vergonha” e o “paraíso fiscal” do offshore da Madeira.

Roberto Almada defendeu a necessidade de apostar na Zona Franca Industrial e acabar com a “pouca vergonha” e o “paraíso fiscal” do offshore da Madeira.

O dirigente do Bloco fez estas declarações numa conferência de imprensa, onde se pronunciou sobre os dados divulgados pela direção geral de Contribuições e Impostos sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM).

Segundo a agência Lusa, Roberto Almada referiu que das 3.000 empresas sediadas no CINM 2930 não pagaram impostos em 2009, e sublinhou que “1.677 empresas não tinham um único trabalhador, não criaram qualquer posto de trabalho, nem deixaram qualquer riqueza na Madeira e no país”.

“Estes elementos demonstram que durante todo este tempo a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) e os responsáveis pelo CINM andaram a enganar os madeirenses ao dizer que existiam 3.000 postos de trabalho quando o relatório da [Direção Geral das Contribuições e Impostos] DGCI diz que existiam pouco mais de 1.500”, disse Roberto Almada.

O deputado regional salientou que o Bloco “tem tido uma postura de critica ao CINM mas não à Zona Franca Industrial”, dado que esta cria uma grande parte dos postos de trabalho que existem no Centro.

“A nossa divergência e recusa é para com praça financeira, que alguns chamam de offfshore, que engorda a especulação, não cria riqueza e dá ma fama à região, ainda no verão passado a guarda nacional italiana desmantelou rede de empresários que alegadamente operava para fugir a impostos e lavar dinheiros menos claros”, referiu ainda Roberto Almada.