Onda de calor bate recorde português de temperatura em junho

30 de junho 2025 - 10:52

Os 46,6ºC de temperatura este domingo em Mora foram o máximo de sempre registado no mês de junho em Portugal. Também em Espanha, França e Itália há regiões em alerta máximo devido às altas temperaturas. Em Sevilha, Guterres diz que o calor extremo é "o novo normal".

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homem.a sair d estação de metro
Foto de Paulete Matos

Portugal viu este domingo ser batido o recorde de temperatura máxima para o mês de junho. Foi no concelho de Mora, distrito de Évora, que os termómetros chegaram aos 46,6ºC por volta das 14h30, um valor próximo do máximo absoluto, fixado a 1 de agosto de 2003 na Amareleja, em Beja, com 47,3ºC.

O calor intenso continuará a fazer sentir-se em Portugal pelo menos até ao dia 3 de julho, com ligeira descida a partir daí. Esta segunda-feira estão sete distritos em alerta vermelho até às 21h: Beja, Évora, Portalegre, Setúbal, Lisboa, Santarém e Castelo Branco, com dezenas de concelhos em alerta para risco máximo de incêndio.

A vaga de calor atinge o sul da Europa há dez dias e em França foram batidos vários recorde de temperaturas mínimas para o mês de junho em várias regiões. A par da temperatura do ar, também a das águas do Mediterrâneo estão 5ºC acima do normal, contribuindo para o calor noturno no sul do país. Reunido na noite de domingo, o gabinete de crise do governo decidiu encerrar total ou parcialmente 200 escolas públicas nos três primeiros dias da semana.

Também Espanha viu os termómetros em mais de uma centena de estações meteorológicas subir além dos 40ºC no sábado e bater o recorde de 46ºC na de El Granado, em Huelva, cidade que a par de Badajoz e Sevilha viu a temperatura passar dos 44ºC no domingo. A agência meteorológica alertou para noites com temperaturas acima dos 32ºC ou 34ºC no nordeste, centro e sul e na ilha de Gran Canaria. O mês de junho espanhol foi o mais quente desde que há registo, batendo o recorde de 2003 e 2017.

Presente em Sevilha para o arranque da Conferência da ONU sobre Financiamento para o Desenvolvimento, António Guterres sentiu na pele a onda de calor e afirmou que “o calor extremo já não é um fenómeno raro: converteu-se na nova normalidade” que não deixa nenhum país imune.

As recomendações emitidas pelo Ministério da Saúde para proteção adicional em dias de temperaturas elevadas passam por procurar ambientes frescos e arejados, beber água ou sumos naturais com regularidade e mesmo que não tenha sede, evitar o consumo de bebidas quentes, alcoólicas, gaseificadas, com cafeína e ricas em açúcar, evitar a exposição direta ao sol nas horas de maior calor, nomeadamente entre as 11 e as 17 horas, aplicar protetor solar com fator 30 ou superior de 2 em 2 horas, usar roupas leves, soltas e de cor clara e preferencialmente de algodão e utilizar chapéu e óculos de sol, evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, como desporto ou atividades de lazer no exterior, não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol, fazer refeições leves e comer mais vezes ao dia e ter uma atenção especial face aos grupos de pessoas mais vulneráveis ao calor.