Numa carta aberta divulgada esta segunda-feira, a ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU afirmam-se disponíveis para retomar o diálogo e a negociação e pedem que haja igual disponibilidade por parte do Governo para que haja, "o mais urgentemente possível, o regresso à tranquilidade no funcionamento das escolas, o que passa por ultrapassar as circunstâncias anormais que estamos a viver".
"A tutela ignorou as propostas que lhe foram apresentadas pelas organizações sindicais no início do ano letivo e sofremos hoje as consequências da ausência de medidas apropriadas para superar os problemas", referem os sindicatos, lamentando a falta de vontade política do Governo para dar resposta a essas propostas. Entre elas estavam a garantia de que as escolas teriam todos os professores que os alunos necessitam, a não ultrapassagem dos tempos de trabalho dos professores, a redução da carga burocrática, a recuperação do tempo de serviço congelado, atrair jovens para a profissão docente, entre muitas outras.
"A verdade é que até agora não obtivemos qualquer resposta ou disponibilidade para discutir os contributos, nem tão pouco vimos que eles se refletissem de forma relevante nas posições que o Governo tem aprovado", prosseguem os sindicatos. Caso essas ideias tivessem sido discutidas e aproveitadas, "não estaríamos a viver um período tão conturbado como aquele que se vive na Educação", apontam.
Os sindicatos querem ver discutidas as propostas que apresentaram a 13 de março e admitem "parar as greves e outras ações de luta e contestação que estão previstas até ao final do ano escolar, cabendo ao Ministério e ao Governo criar condições para tal e não aos docentes abdicarem da exigência da resolução de problemas que se arrastam há demasiado tempo".
Mas caso o Ministério continue sem dar respostas e mantenha a falta de vontade negocial, "será com determinação acrescida que irá prosseguir a luta", prometem.
Na semana passada, estas organizações sindicais convocaram greves às provas de aferição do 1º ciclo do ensino básico (2º ano) nos dias 15 e 20 de junho, às avaliações do 5º ao 12º ano e aos exames dos 9º, 11º e 12º anos entre 16 e 30 de junho.